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Desembolsos do Plano Safra 2024/25 recuam 20% até fevereiro e somam R$ 245,57 bilhões

Os desembolsos do Plano Safra 2024/25, iniciado em 1º de julho de 2024, totalizaram R$ 245,57 bilhões até fevereiro deste ano, contemplando financiamentos para pequenos, médios e grandes produtores rurais. Os dados, levantados pelo Broadcast Agro, do Grupo Estado, foram extraídos do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor/BCB) do Banco Central na última sexta-feira, dia 28. O montante corresponde a 51,53% do total previsto para a safra, que é de R$ 476,59 bilhões.

O volume desembolsado até fevereiro representa uma queda de 19,57% em relação ao mesmo período da safra anterior (2023/24), quando foram liberados R$ 305,31 bilhões. No período, foram firmados 1,407 milhão de contratos em todas as modalidades de financiamento, 13,3% a menos do que os 1,622 milhão de contratos registrados na temporada anterior. Desde o início do atual ciclo, o crédito oficial apresentou menor desempenho, com retração de 48% nos primeiros meses.

A tendência é de que essa redução se mantenha até o fim da safra, segundo Guilherme Rios, assessor técnico de Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

“A queda nos desembolsos não indica falta de demanda, mas sim dificuldades enfrentadas pelos produtores para acessar os recursos oficiais, em um momento de maior seletividade nas fontes privadas. A busca por financiamento persiste, especialmente para custeio, apesar da retração nos investimentos”, afirmou Rios ao Broadcast Agro. “Provavelmente, nem todo o volume previsto para o Plano Safra será utilizado, com exceção dos recursos subsidiados. A redução das contratações impacta especialmente os recursos livres, que não contam com subvenção do Tesouro”, completou.

A queda no uso do crédito oficial já era esperada, devido ao aumento das taxas de juros, às exigências burocráticas e às limitações de acesso conforme o porte dos produtores. Segundo Rios, o financiamento da safra por meio de fontes privadas cresceu cerca de 60%, o que indica que a demanda por crédito segue aquecida. “Os produtores que não conseguem acessar os recursos oficiais estão recorrendo ao mercado privado e a títulos agrícolas”, destacou.

No início da safra, quando a Selic estava em 10,5% ao ano, as Cédulas de Produto Rural (CPRs) e outras fontes privadas eram mais vantajosas para alguns produtores. Isso fez com que, especialmente os grandes, optassem por esse tipo de financiamento. “Com a alta da Selic, os custos das fontes privadas também devem aumentar, o que pode levar a um reaquecimento da demanda por crédito oficial”, analisou Rios.

Modalidades e programas

Entre julho de 2024 e fevereiro de 2025, os financiamentos para custeio somaram R$ 141,76 bilhões, uma queda de 15,3% em relação ao mesmo período da safra anterior, com 606.592 contratos firmados. As linhas de investimento responderam por R$ 63,90 bilhões, retração de 16,7%, distribuídos em 784.498 contratos. O crédito para comercialização totalizou R$ 25,49 bilhões (queda de 31%), enquanto o financiamento para industrialização atingiu R$ 14,42 bilhões (recuo de 41%).

No Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), foram firmados 1,068 milhão de contratos, totalizando R$ 44,22 bilhões. Já o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) registrou 168.480 operações, com R$ 44,98 bilhões liberados. Grandes produtores realizaram 170.712 contratos, somando R$ 156,37 bilhões entre julho de 2024 e fevereiro de 2025.

Quanto às fontes de recursos, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) responderam por R$ 57,86 bilhões, ante R$ 127,82 bilhões no mesmo período da safra passada. Apesar da queda, as LCAs continuam sendo a principal fonte do crédito rural oficial na safra 2024/25. Em seguida, aparecem os recursos obrigatórios, que totalizaram R$ 44,35 bilhões, e os recursos livres equalizáveis, que somaram R$ 35,44 bilhões.

Para o Plano Safra 2024/25, o governo destinou R$ 76 bilhões à agricultura familiar, R$ 65,23 bilhões ao Pronamp e R$ 335,36 bilhões para os demais produtores e cooperativas. Somando os recursos para médios e grandes produtores, a agricultura empresarial conta com um total de R$ 400,59 bilhões em financiamentos disponíveis para a atual safra.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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