Na abertura desta segunda-feira (31), último dia de março e do primeiro trimestre de 2025, o dólar subiu, refletindo a crescente tensão no mercado financeiro em relação às políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Às 09h15, a moeda americana avançava 0,20%, cotada a R$ 5,7712.
Na sexta-feira passada (28), o dólar havia registrado um leve aumento de 0,13%, fechando o dia a R$ 5,7596. Com esse movimento, a moeda acumulou alta de 0,61% na semana, queda de 2,77% no mês e uma desvalorização de 6,92% no ano.
Já o principal índice acionário da Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa, iniciou a semana com sinal negativo, refletindo as mesmas incertezas econômicas. Na sexta-feira, o índice teve uma baixa de 0,94%, encerrando o dia aos 131.902 pontos. Com isso, o Ibovespa acumulou uma queda de 0,33% na semana, um avanço de 7,41% no mês e um ganho de 9,66% no ano.
A principal variável que está dominando o cenário financeiro global é a política tarifária do presidente Trump, que prometeu, para esta quarta-feira (2), anunciar detalhes sobre as tarifas recíprocas que serão aplicadas a uma série de países. O que está em jogo é a potencial escalada de uma guerra comercial, com os Estados Unidos elevando tarifas sobre produtos importados e outros países, possivelmente, respondendo com medidas similares.
Em recente declaração, Trump afirmou que as tarifas de importação serão aplicadas de forma abrangente, abrangendo não apenas os 10 a 15 países com os maiores desequilíbrios comerciais, como sugerido anteriormente pelo assessor econômico Kevin Hassett, mas de forma generalizada. Este movimento gera um clima de apreensão, uma vez que a imposição de tarifas pode afetar tanto os preços dos produtos importados quanto a inflação, podendo levar a uma desaceleração econômica nos Estados Unidos e em outras partes do mundo.
O temor de uma guerra tarifária global cresce à medida que o mercado observa o impacto de medidas anteriores de Trump, como as tarifas de 25% aplicadas ao México e Canadá e a taxa adicional de 10% sobre produtos chineses. Além disso, o presidente já ameaçou aumentar as tarifas sobre produtos da União Europeia, etanol brasileiro e petróleo russo.
No contexto europeu, a reação não demorou a acontecer. Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), destacou nesta segunda-feira que as ações comerciais de Trump podem resultar em um movimento de “independência” para a Europa. Em declarações à rádio France Inter, Lagarde afirmou que o continente precisa encontrar formas de controlar seu destino, enfrentando as imposições externas de maneira firme.
Ela advertiu que, caso os Estados Unidos sigam com suas políticas tarifárias, a Europa poderá enfrentar uma redução no crescimento econômico de cerca de 0,3 ponto percentual no primeiro ano de implementação das tarifas. Caso haja uma resposta recíproca, a perda poderia ser ainda maior, com uma queda de 0,5 ponto percentual.
A incerteza gerada pela guerra comercial iminente tem levado os investidores a priorizar ativos mais seguros, como o dólar, aumentando a pressão sobre as economias emergentes, que podem sentir os efeitos da volatilidade do mercado. Além disso, há o receio de que a inflação nos Estados Unidos se eleve, o que poderia resultar em uma desaceleração econômica tanto no país quanto globalmente.
Com informações das agências de notícias Reuters e AFP
Fonte: Portal do Agronegócio
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