Expiração de Registros de Exportação Para a China Coloca em Risco Carne dos EUA

0
8

A expiração dos registros de exportação de carne para a China, que afeta mais de 1.000 frigoríficos nos Estados Unidos, coloca em risco as exportações para o maior comprador mundial de carne, em meio a um impasse tarifário prolongado. De acordo com informações divulgadas pelo site da alfândega chinesa, os registros de diversas plantas de processamento de carne suína, bovina e de aves dos EUA, incluindo as de grandes produtores como Tyson Foods, Smithfield Packaged Meats e Cargill Meat Solutions, foram alterados de “efetivos” para “expirados” no último domingo.

Este cenário é um reflexo da continuidade das tensões comerciais entre os dois países, após o acordo “Fase 1” de 2020, que inicialmente havia garantido um acesso contínuo ao mercado chinês. De acordo com a Reuters, a expiração de aproximadamente dois terços dos registros pode resultar na perda de acesso ao mercado chinês, o que acarretaria perdas de até US$ 5 bilhões para os exportadores americanos. Isso agrava ainda mais os desafios enfrentados pelos agricultores dos Estados Unidos, que recentemente viram Pequim impor tarifas retaliatórias sobre cerca de US$ 21 bilhões em produtos agrícolas americanos.

Em fevereiro, aproximadamente 84 plantas registradas também perderam seus registros, e embora algumas remessas continuem a ser processadas na alfândega chinesa, a incerteza sobre por quanto tempo as importações serão permitidas permanece. A China exige que os exportadores de alimentos se registrem formalmente na alfândega para garantir a legalidade das transações.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou que a China não respondeu aos pedidos para renovação desses registros, o que pode ser interpretado como uma possível violação do acordo comercial da “Fase 1”. De acordo com o referido acordo, a China deveria ter atualizado sua lista de plantas aprovadas dentro de 20 dias após o recebimento das atualizações do USDA.

Em 2024, os Estados Unidos ocupavam a terceira posição entre os maiores fornecedores de carne para a China, com um volume de 590.000 toneladas, representando 9% das importações totais de carne do país asiático. No ano passado, as exportações de carne americana para a China atingiram US$ 2,5 bilhões, consolidando os EUA como o segundo maior exportador em valor.

A perda de acesso ao mercado chinês seria particularmente prejudicial para os exportadores de partes menos consumidas internamente, como pés de frango e miúdos de porco. O CEO da Smithfield Foods, Shane Smith, destacou que as tarifas dificultam a venda de todas as partes do porco, especialmente para mercados como o chinês, que importa principalmente vísceras, como estômagos, corações e cabeças de porco.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio