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Feridas Cutâneas em Equinos: Riscos Ocultos e Medidas de Prevenção

As feridas cutâneas são uma preocupação recorrente na equinocultura, sendo um dos principais motivos de atendimento veterinário. Os equinos, devido ao seu porte, força e temperamento, estão naturalmente suscetíveis a pequenas lesões, que podem ocorrer durante o transporte, na movimentação dentro de cocheiras com estrutura inadequada, em atividades no pasto ou mesmo durante o exercício atlético.

Além do impacto direto na integridade física dos animais, essas lesões podem se tornar porta de entrada para infecções e doenças graves, comprometendo o bem-estar e o desempenho dos equinos. Entre as patologias mais preocupantes associadas a feridas cutâneas estão a pitiose equina e a habronemose cutânea.

“Ambas as enfermidades, agravadas por condições climáticas quentes e úmidas, elevam os custos com tratamentos, afetam a performance e reduzem o valor econômico dos equinos, reforçando a importância de medidas preventivas e estratégias de controle eficazes”, explica Camila Senna, médica-veterinária e coordenadora técnica de equinos da Ceva Saúde Animal.

Pitiose Equina: Ameaça Silenciosa

A pitiose equina é uma infecção causada pelo oomiceto Pythium insidiosum, um microrganismo comumente encontrado em áreas alagadiças e ambientes com alta umidade e temperatura. A contaminação ocorre quando os equinos entram em contato com águas contaminadas, como lagoas, açudes e barreiros.

“O patógeno penetra no organismo através de feridas pré-existentes, desencadeando uma intensa reação inflamatória. As lesões típicas da pitiose são ulceradas, granulomatosas e fistuladas, frequentemente localizadas nos membros, abdômen e narinas. Se não tratadas adequadamente, podem evoluir para infecções severas, comprometendo a mobilidade do animal”, detalha Senna.

Os sinais clínicos mais comuns incluem claudicação, anemia, apatia e perda de peso, levando o animal a um estado de debilidade. O prurido intenso também é característico, levando o equino a coçar a área afetada, agravando a condição da pele.

O curso da doença pode variar de dias a meses, dependendo da progressão das lesões. O tratamento deve ser conduzido por um médico-veterinário e pode envolver limpeza das feridas, uso de anti-inflamatórios, antifúngicos e antibióticos. A proteção das áreas afetadas é essencial para evitar novas infecções e traumas secundários.

Habronemose Cutânea: A “Ferida de Verão”

Outra enfermidade que se aproveita de lesões pré-existentes é a habronemose cutânea, conhecida popularmente como “ferida de verão”. A doença é causada pelo parasita Habronema sp., cujo ciclo de transmissão ocorre por meio de moscas domésticas e de estábulo. Esses insetos depositam larvas do verme em pequenas feridas na pele dos equinos, causando infecções secundárias.

A habronemose provoca intenso prurido, dor e inflamação, tornando os animais mais irritadiços, reduzindo seu apetite e, em casos mais graves, levando à anemia e caquexia. Em potros, a doença pode impactar negativamente o crescimento e o desenvolvimento.

As lesões associadas à habronemose são extensas e de difícil cicatrização, localizando-se frequentemente no canto dos olhos, boca, membros, prepúcio e linha média do abdômen. Além de afetar o bem-estar dos animais, essas feridas reduzem o valor comercial do equino e indicam falhas no manejo sanitário, incluindo controle inadequado de verminoses e de moscas.

Estratégias de Prevenção e Controle

A prevenção da pitiose equina e da habronemose cutânea requer um manejo sanitário rigoroso, incluindo a manutenção da higiene dos ambientes onde os equinos circulam, evitando áreas úmidas e contaminadas. Além disso, a rápida identificação e o tratamento de feridas cutâneas são essenciais para impedir a proliferação dessas enfermidades.

“Um protocolo eficaz de vermifugação, voltado para interromper o ciclo do parasita, aliado a medidas de controle de insetos, como o uso de repelentes e manejo adequado de dejetos, reduz significativamente o risco de transmissão dessas doenças. Inspeções periódicas, aliadas a práticas sanitárias e ações de controle ambiental, são fundamentais para minimizar a incidência dessas enfermidades e garantir a saúde dos equinos”, reforça Senna.

Para auxiliar no tratamento da habronemose cutânea e da pitiose equina, a Ceva oferece em seu portfólio um anti-inflamatório à base de triancinolona, que ajuda a reduzir a inflamação e a resposta imunológica.

As feridas cutâneas em equinos, muitas vezes subestimadas, podem ter consequências graves quando associadas a doenças infecciosas. Dessa forma, a adoção de medidas preventivas e o acompanhamento veterinário são essenciais para minimizar riscos e assegurar o bem-estar dos animais.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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