Importações de soja pela China crescem 4,4% no início do ano, mas devem desacelerar em março

0
32

As importações de soja pela China aumentaram 4,4% no primeiro bimestre de 2025, totalizando 13,61 milhões de toneladas, conforme dados da alfândega chinesa. O aumento foi impulsionado principalmente pelas compras realizadas antes da posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alinhando-se às expectativas do mercado.

A China divulga as estatísticas de janeiro e fevereiro juntas para atenuar o impacto do feriado do Ano Novo Lunar, que pode ocorrer em qualquer um dos meses, dependendo do ano. No período equivalente do ano passado, o país realizou compras atípicas de soja dos Estados Unidos, preocupados com o impacto de possíveis novas tensões comerciais entre os dois países, o que gerou um aumento nas remessas. No entanto, esses embarques enfrentaram atrasos devido a questões no desembaraço alfandegário nos portos chineses.

Apesar do bom desempenho nos dois primeiros meses de 2025, o mercado prevê que as importações diminuam em março, com uma previsão de volume inferior a 6 milhões de toneladas, contra 5,54 milhões de toneladas no mesmo período de 2024, de acordo com o analista Wan Chengzhi, da Capital Jingdu Futures. O cenário de desaceleração está ligado a fatores como a elevada taxa de esmagamento doméstico da soja na China e o atraso nos embarques da soja brasileira, que tem restringido a oferta da oleaginosa no mercado chinês.

Traders indicam que, em meio a essa escassez, muitas esmagadoras chinesas reduziram suas operações, suspendendo atividades até abril. Segundo Cheang Kang Wei, vice-presidente assistente da StoneX em Cingapura, os estoques domésticos de soja caíram devido à alta utilização das esmagadoras e à escassez de soja brasileira no mercado. “Os embarques de soja brasileira atrasaram, e, com as esmagadoras chinesas operando a taxas elevadas nos últimos meses para atender à demanda por farelo de soja, os estoques internos estão diminuindo”, explicou.

Além disso, a escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China tem levado os compradores chineses a evitar a soja americana, o que agrava a situação de oferta. Em resposta à pressão, o governo chinês anunciou, nesta semana, a imposição de uma tarifa adicional de 10% sobre a soja dos EUA, além de bloquear as importações de três empresas norte-americanas em retaliação às tarifas impostas por Trump sobre produtos chineses.

Em paralelo, o governo de Pequim informou que ampliará a cobertura do seguro de custo total e de produção de soja neste ano, ao mesmo tempo em que reduzirá o uso de farelo de soja na produção de ração, como parte de suas estratégias para mitigar os efeitos da escassez e garantir a segurança alimentar do país.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio