Inteligência Artificial: Aliada no Combate às Plantas Daninhas na Produção de Cana-de-Açúcar

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No cultivo de cana-de-açúcar, o manejo eficiente das plantas daninhas é fundamental para a redução de custos de produção. Identificar corretamente essas plantas permite ao produtor adotar práticas mais eficazes e direcionadas, utilizando tecnologias como a inteligência artificial (IA). Durante a 9ª edição do evento “Datagro – Abertura de Safra Cana, Açúcar e Etanol”, a Taranis do Brasil, especializada em IA para o controle de ervas daninhas, doenças e deficiências nutricionais, apresentou uma palestra com o sócio-diretor da Pecege Consultoria e Projetos, João Botão.

Segundo Botão, as plantas daninhas são inevitáveis no processo agrícola, mas sua gestão precisa ser cuidadosa, pois elas consomem recursos destinados às culturas e afetam diretamente a produtividade. “No campo, é crucial que soluções específicas sejam aplicadas para cada tipo de infestante, o que exige um diagnóstico preciso das condições da lavoura. A inteligência artificial representa uma mudança de postura do produtor, que precisa estar disposto a experimentar novas tecnologias, como a oferecida pela Taranis”, explicou.

Botão comparou o uso da IA a um termômetro na medicina: “Assim como ao tocar a testa de alguém se percebe a possibilidade de febre, mas não a temperatura exata, a inteligência artificial da Taranis oferece uma medição precisa das condições da lavoura, com maior cobertura e confiabilidade.”

Desafios do Produtor Brasileiro de Cana-de-Açúcar

Ao comentar sobre o perfil do produtor de cana-de-açúcar no Brasil, Botão destacou que, embora existam variações regionais no cultivo, o maior obstáculo enfrentado no setor, e em outros segmentos agrícolas, é o fator humano. “Isso inclui tanto a escassez de mão de obra, com muitas atividades ainda realizadas manualmente, quanto a necessidade de capacitar esses trabalhadores. Investir em treinamento para o uso das tecnologias é essencial. Um time bem preparado para lidar com as inovações tecnológicas é um dos maiores desafios”, afirmou.

A previsão para a safra 2025/2026 no Centro-Sul aponta uma redução de 1,4% na produção devido aos impactos da seca e dos incêndios no ciclo anterior. A região, que é responsável por cerca de 90% da produção nacional, deverá processar aproximadamente 612 milhões de toneladas de cana. “Espera-se que esta safra seja mais equilibrada, sem grandes surpresas. Embora algumas regiões estejam mais afetadas, as variações na produção não devem ser significativas. No mercado, as perspectivas de preços são positivas, com um cenário econômico favorável para o produtor”, observou.

A Inteligência Artificial em Prática

A Taranis, que cresceu mais de 300% no Brasil nos últimos três anos, emprega tecnologias avançadas para identificar problemas nas lavouras. A empresa utiliza imagens de alta resolução para localizar as áreas impactadas por plantas daninhas, identificar as espécies presentes e avaliar o grau de infestação. A IA também é capaz de detectar doenças e deficiências nutricionais.

Fábio Franco, gerente-geral da Taranis, explicou que as imagens ajudam os produtores a tomar decisões mais informadas durante o planejamento da safra. “A metodologia da Taranis é única, pois coleta dados ao longo do tempo, oferecendo uma visão detalhada e contínua da lavoura. Isso facilita, por exemplo, a detecção do aumento das plantas daninhas, a revisão das práticas agrícolas e a escolha do herbicida mais adequado”, detalhou.

Para isso, câmeras de alta resolução, com hardware patenteado, são instaladas em drones e aeronaves Cessna 172. Cada avião é capaz de mapear até 2.000 hectares por dia, capturando até quatro imagens de precisão foliar e outras quatro de grande cobertura. A tecnologia pode identificar mais de 100 espécies de plantas daninhas, além de doenças e deficiências nutricionais, proporcionando aos produtores um diagnóstico detalhado e eficiente.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio