O mercado brasileiro de arroz segue com liquidez reduzida, reflexo da postura cautelosa dos compradores, que buscam pressionar ainda mais os preços, e da retração dos vendedores.
“Apesar da leve melhora nos volumes beneficiados, unidades industriais continuam relatando quedas acentuadas nos preços do fardo, consequência direta da forte concorrência por espaço nas prateleiras do varejo e da expressiva queda da matéria-prima”, explica Evandro Oliveira, analista e consultor da Safras & Mercado.
O aumento significativo na oferta de venda, impulsionado pela necessidade de capitalização de parte dos produtores para cobrir os custos da safra, tem intensificado a pressão sobre as cotações. “Esse fator dificulta a sustentação de patamares mais elevados de preços”, pontua Oliveira.
No mercado, circulam rumores sobre negociações de importadores na faixa de US$ 14,50 por saca posta no Porto de Rio Grande, valor que equivale a aproximadamente R$ 82 por saca, ou cerca de R$ 74 líquidos ao produtor. “Esses níveis demonstram que o setor opera em uma faixa crítica, com margens apertadas ou levemente negativas para os orizicultores”, observa o consultor.
Oliveira avalia que, no curto prazo, não há sinais claros de recuperação para o mercado. “A definição de novos contratos de exportação será essencial para equilibrar oferta e demanda e evitar um ciclo prolongado de desvalorização”, ressalta. Enquanto isso, o setor segue atento ao comportamento dos compradores e às movimentações do mercado internacional.
A cotação média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista), principal referencial nacional, encerrou a quinta-feira (20) em R$ 80,43, representando uma queda de 3,12% em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período do mês passado, a desvalorização foi de 16,14%, enquanto, em relação a 2024, o recuo acumulado chega a 23,33%.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio