Mercado do Café Fecha Março em Alta Apesar de Forte Volatilidade

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O mercado internacional de café registrou intensa volatilidade ao longo de março, com amplas oscilações nos preços e forte influência das condições climáticas. As atenções permaneceram voltadas para a safra brasileira de 2025, enquanto a ausência e a irregularidade das chuvas mantiveram as preocupações sobre novas perdas no potencial produtivo do país. Apesar desse cenário instável, o balanço mensal foi positivo tanto nas bolsas internacionais quanto no mercado interno, considerando os valores até a quinta-feira, 27 de março, em comparação com o último dia de fevereiro.

Segundo Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado, o radar do setor segue atento ao clima no Brasil e no Vietnã, onde a escassez de chuvas também influenciou as oscilações nas bolsas. “Após um período prolongado de estiagem e temperaturas elevadas, a umidade voltou às regiões cafeeiras do Brasil de maneira irregular, mas com expectativa de intensificação nos próximos dias”, afirma.

A produção de café arábica no Brasil já sofreu perdas expressivas devido à seca prolongada em 2024 e às altas temperaturas, enquanto o conilon apresenta um cenário mais favorável. Com a previsão de chuvas mais abrangentes em Minas Gerais, houve redução do estresse hídrico, levando ao desmonte de proteções climáticas na bolsa. Esse movimento afastou o mercado da marca de 400 centavos de dólar por libra-peso, com o contrato para maio de 2025 recuando para abaixo de 380 centavos em Nova York.

No Vietnã, a ausência de chuvas também contribuiu para a volatilidade do mercado. No entanto, a previsão de precipitações ajudou a impulsionar um movimento corretivo nos preços do robusta em Londres e influenciou o recuo em Nova York. “A volatilidade deve persistir, intensificada pela baixa disponibilidade física de café”, analisa Barabach.

O contrato de maio em Nova York atingiu um recorde histórico no dia 5 de março, alcançando 409,95 centavos de dólar por libra-peso. Além das preocupações com a oferta global, instabilidades financeiras também impactaram o mercado. A oscilação do dólar frente ao real e outras moedas, além das tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos, contribuíram para a incerteza. No dia 14 de março, após um movimento de correção técnica e com previsões de chuvas benéficas para o cinturão cafeeiro brasileiro, os preços atingiram a mínima do mês, chegando a 373,25 centavos de dólar por libra-peso.

No balanço mensal até 27 de março, o contrato de maio em Nova York acumulou alta de 1,5%, passando de 373,05 para 378,80 centavos de dólar por libra-peso. Em Londres, o contrato de maio do robusta teve uma valorização mais modesta, de 0,4%.

Com a entressafra e a baixa oferta de café disponível, o mercado físico brasileiro teve um ritmo de comercialização lento em março. Os vendedores apareceram apenas para negociações pontuais, enquanto os compradores adotaram cautela à espera da nova safra. No fechamento do mês, o café arábica bebida boa, com 15% de catação, registrou alta de 3,6% no Sul de Minas Gerais, subindo de R$ 2.470,00 para R$ 2.560,00 por saca. Já o conilon tipo 7, em Vitória (ES), teve leve avanço de 0,25%, passando de R$ 1.975,00 para R$ 1.980,00 por saca.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio