Após um trabalho conjunto entre a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), produtores rurais e responsáveis técnicos, o município de Mundo Novo, localizado no norte de Goiás, recebeu autorização do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para exportar cucurbitáceas, como melancia, melão e abóbora, para os mercados da Argentina, Paraguai e Uruguai. Essa conquista é resultado da inclusão do município no Sistema de Mitigação de Risco (SMR) para a praga Anastrepha grandis, uma espécie de mosca-das-frutas que afeta cultivos de cucurbitáceas.
Com a certificação, Mundo Novo torna-se o 18º município goiano apto a exportar frutos frescos para países que impõem restrições quarentenárias a essa praga. A oficialização dessa medida foi realizada por meio da Portaria nº 1.251/2025, publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 28 de fevereiro de 2025.
O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, ressaltou o papel fundamental do Governo de Goiás no apoio aos produtores locais, garantindo que estejam em conformidade com as normas fitossanitárias necessárias para a exportação. “A melancia, o melão e a abóbora têm grande relevância econômica para o nosso Estado, e a obtenção dessa certificação é fruto do esforço conjunto de fiscais, engenheiros agrônomos e responsáveis técnicos habilitados”, afirmou Caixeta.
O reconhecimento de Mundo Novo no SMR é mais um passo importante para o desenvolvimento da fruticultura goiana, que já conta com várias cidades certificadas, como Uruana, Carmo do Rio Verde, Itapuranga e Jaraguá, entre outras. Esse processo visa garantir a segurança fitossanitária das exportações, permitindo a comercialização internacional de produtos frescos sem o risco de disseminação da praga Anastrepha grandis.
Procedimento para Reconhecimento e Expansão do Mercado
Para que um município obtenha o reconhecimento no SMR, é necessário que os produtores realizem levantamentos fitossanitários nos cultivos de cucurbitáceas por um período mínimo de seis meses, sob a supervisão de um Responsável Técnico habilitado pela Agrodefesa. A partir dos dados coletados, é elaborado um projeto que é então submetido ao Mapa para validação.
Mário Sérgio de Oliveira, coordenador do Programa de Sistema de Mitigação de Risco para Cucurbitáceas da Agrodefesa, destacou o trabalho realizado em Mundo Novo. “Iniciamos o monitoramento em junho de 2023, com a coleta de dados sobre a presença da praga. Após seis meses de trabalho contínuo, o projeto foi finalizado e submetido ao Mapa”, explicou Oliveira.
Além de fornecer suporte aos produtores, a Agrodefesa, em parceria com o Mapa, também oferece cursos de capacitação para engenheiros agrônomos, visando a habilitação para a emissão de Certificação Fitossanitária de Origem (CFO) e Certificação Fitossanitária de Origem Consolidada (CFOC) para a praga Anastrepha grandis.
Produção e Exportação de Cucurbitáceas em Goiás
Em 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiás produziu aproximadamente 204.617 toneladas de melancia, tornando-se o segundo maior produtor do país, atrás apenas da Bahia. Em termos de exportação, Goiás ocupou a sétima posição em 2024, com o envio de 3.843 toneladas de melancia para mercados internacionais, gerando US$ 270,1 mil em receitas. Os principais destinos da melancia goiana foram os mercados do Paraguai, Uruguai e Argentina.
Esse desenvolvimento não só contribui para a economia local, mas também reforça o papel de Goiás no comércio internacional de produtos agrícolas, consolidando o estado como um importante player no mercado de cucurbitáceas.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio