Oferta de gado pode perder fôlego com alta participação de fêmeas no abate

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A DATAGRO Pecuária alertou, em relatório divulgado na última sexta-feira (14), que a atual oferta de bovinos para abate no Brasil vem sendo sustentada pela alta participação de fêmeas, mas pode enfrentar um possível esgotamento no segundo semestre deste ano.

Em fevereiro, os abates inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) totalizaram 2,28 milhões de cabeças, representando uma queda de 1,7% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar da leve retração, o volume permaneceu próximo das máximas históricas para o mês registradas no ano passado.

O levantamento preliminar da consultoria indica que 48,9% dos bovinos abatidos em fevereiro eram fêmeas, um percentual que se aproxima dos recordes históricos para o período e que representa um avanço de 1,2 ponto percentual em relação a fevereiro de 2024. No entanto, a redução no número total de abates sugere que a disponibilidade de gado pode estar começando a diminuir, tornando a elevada participação de fêmeas insuficiente para manter o nível atual de oferta.

Nos próximos meses, a expectativa é de que a oferta de bovinos permaneça elevada, impulsionada pelo escoamento de fêmeas ainda disponíveis no mercado. No entanto, a combinação entre um volume total de abates em tendência de queda e a manutenção da participação de fêmeas em níveis altos aponta para um cenário de maior restrição no segundo semestre. Além disso, as condições climáticas favoráveis podem influenciar a reposição do rebanho, já que a recuperação das pastagens tende a estimular a retenção de fêmeas para reprodução, reduzindo gradualmente a oferta de animais para o abate ao longo do ano.

A possível redução na disponibilidade de gado deve afetar a precificação do boi gordo e da reposição, diminuindo a pressão vendedora e dando sustentação aos preços no longo prazo. Se a tendência de retenção de fêmeas se confirmar, o setor poderá enfrentar ajustes significativos na segunda metade de 2025, período em que sazonalmente a oferta de matrizes tende a cair. Nesse contexto, a DATAGRO projeta um abate total de 38,1 milhões de cabeças para 2025, uma retração de 2,9% em relação ao recorde de 2024, mas ainda assim o segundo maior volume já registrado na história.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio