Preços do Farelo de Soja Cedem na CBOT com Maior Oferta Global

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Um relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA analisou os recentes acontecimentos do setor e atualizou as perspectivas para as principais commodities agrícolas. Entre os destaques, estão as movimentações nos preços do farelo de soja e do óleo de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) e no mercado doméstico.

Mercado de farelo e óleo de sojaApós a valorização observada em janeiro, o farelo de soja registrou queda nos preços na CBOT em fevereiro e na primeira quinzena de março. O recuo foi de 1% em fevereiro e 1,5% na parcial de março, alcançando USD 293/t. A melhoria nas condições climáticas na Argentina reduziu as preocupações sobre cortes na produção de soja do país, aliviando a pressão sobre os preços.

Enquanto isso, os preços do óleo de soja tiveram uma alta de 4,8% em fevereiro, mas voltaram a ceder na parcial de março, com queda de 7,2%, para USDc 42,6/lb.

No Brasil, o farelo de soja apresentou retração de 1,2% em fevereiro e de 4,8% na primeira quinzena de março em Rondonópolis (MT). O óleo de soja também registrou queda de 0,3% em fevereiro e de 2,7% na parcial de março, sendo cotado a R$ 5.986/t no estado.

Exportação de óleo de soja em altaAs exportações brasileiras de óleo de soja cresceram significativamente em fevereiro, atingindo 112 mil toneladas. Esse volume representa um aumento de 27,6% em relação a janeiro e um expressivo crescimento de 252% em comparação a fevereiro do ano passado. A decisão do governo de adiar o aumento da mistura obrigatória de biodiesel de 14% para 15% (B15) possibilitou que uma maior quantidade de óleo fosse destinada ao mercado externo.

Nos Estados Unidos, o processamento de soja em fevereiro somou 4,84 milhões de toneladas, abaixo da expectativa do mercado, que previa 5,04 milhões de toneladas. Esse volume também representa uma redução de 11% em relação ao registrado em janeiro. No entanto, os estoques de óleo de soja ficaram acima das previsões.

Impactos do adiamento do B15 e novas projeções para o setorO Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima as projeções de esmagamento de soja na Argentina e na China. No relatório de março, o USDA aumentou em 1 milhão de toneladas a previsão para a Argentina na safra 2024/25, elevando o volume para 42 milhões de toneladas. Para a China, a estimativa foi reajustada de 103 para 105 milhões de toneladas.

Com isso, houve um incremento na oferta global de farelo e óleo de soja, aumentando também os estoques finais. A revisão do USDA apontou um acréscimo de 1 milhão de toneladas nos estoques de óleo de soja, que passaram de 5,1 para 6,1 milhões de toneladas.

No Brasil, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) também revisou suas projeções, indicando um aumento de 129,5% nos estoques finais de óleo de soja para a safra 2024/25. A estimativa subiu de 225 mil toneladas em fevereiro para 516 mil toneladas, principalmente devido ao adiamento do B15. A entidade também revisou para baixo o consumo de óleo de soja, de 10,5 para 10,1 milhões de toneladas, mantendo o esmagamento em 57,5 milhões de toneladas e a produção de farelo e óleo de soja em 44,1 e 11,4 milhões de toneladas, respectivamente.

Novas taxas para exportação de óleo de palma na IndonésiaO governo da Indonésia anunciou um aumento na taxa de exportação do óleo de palma, que passará a variar entre 4,5% e 10% sobre o preço de referência do produto. Anteriormente, a faixa variava entre 3% e 7,5%. A medida tem como objetivo financiar o aumento da mistura obrigatória de óleo de palma no biodiesel, que subirá de 35% para 40% em 2024 e pode atingir 50% até 2026. Além disso, o país planeja incorporar 3% de óleo vegetal no combustível de aviação a partir do próximo ano.

Esse aumento na demanda por óleo de palma pode sustentar os preços dos óleos vegetais no mercado global, incluindo o óleo de soja, devido à interligação dos mercados internacionais.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio