As florestas plantadas, definidas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como “florestas compostas por árvores nativas ou exóticas, estabelecidas por plantio ou semeadura para fins comerciais”, têm se consolidado como um dos principais vetores de crescimento econômico e sustentabilidade no Brasil. Em franca expansão, o setor se apresenta como uma das opções mais promissoras de investimento para 2025.
Em 2023, o segmento alcançou um marco histórico ao ultrapassar a barreira dos 10 milhões de hectares de árvores plantadas, um crescimento de 3% em relação ao ano anterior. Com um ritmo de plantio de 1,8 milhão de árvores por dia, a atividade abastece uma ampla cadeia produtiva que engloba papéis, celulose, embalagens, tecidos, pisos laminados, entre outros produtos de fontes renováveis.
A expansão do setor tem sido impulsionada, sobretudo, pelo aumento das áreas de cultivo em estados como Mato Grosso do Sul, onde terras anteriormente antropizadas foram convertidas em plantações florestais. Hoje, o estado ocupa a segunda posição no ranking de área total plantada, com 1,5 milhão de hectares, ficando atrás apenas de Minas Gerais, líder com 2,2 milhões de hectares.
Para Adriano Almeida, diretor da ArborGen Brasil, empresa líder mundial em soluções genéticas para eucalipto e pinus, esse crescimento é reflexo de diversos fatores. “A crescente demanda por produtos sustentáveis, as políticas de incentivo ao setor e os avanços tecnológicos têm sido determinantes para essa expansão. A ArborGen contribui diretamente com soluções genéticas avançadas que elevam a produtividade e a qualidade da produção florestal”, ressalta Almeida.
Impacto econômico e projeções para 2025
A cadeia produtiva florestal teve uma participação de 0,9% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023. No PIB agropecuário, a contribuição foi de 4,2%, enquanto no PIB da indústria de transformação chegou a 4%. Além disso, o setor foi responsável pela geração de 33,4 mil novos empregos no mesmo período, totalizando 2,69 milhões de postos diretos e indiretos.
No cenário internacional, a indústria brasileira de florestas plantadas registrou US$ 12,7 bilhões em exportações, consolidando-se como líder mundial na exportação de celulose, com mais de 18 milhões de toneladas enviadas ao exterior. Esse foi o segundo melhor desempenho do setor na última década, com um crescimento anual composto (CAGR) de 4,5%, conforme dados do Relatório Ibá 2024.
As perspectivas para 2025 seguem otimistas. “O setor continua atraindo investidores, impulsionado por uma demanda crescente por produtos renováveis e práticas sustentáveis. Na ArborGen, estamos alinhados com esse movimento, desenvolvendo novos produtos e ampliando nossa capacidade produtiva, sempre com foco na qualidade e inovação”, afirma Almeida.
Avanços em pesquisa e tecnologia
A evolução do setor está diretamente ligada aos avanços em pesquisa, tecnologia e melhoramento genético. Segundo Almeida, o uso de genética avançada tem possibilitado o desenvolvimento de árvores mais produtivas e adaptadas, aumentando a eficiência na produção de celulose, papel, energia e madeira para a indústria moveleira. “Esses avanços contribuem para manter o Brasil competitivo no mercado global”, destaca.
Nas últimas duas décadas, os rendimentos das florestas comerciais quase dobraram, com destaque para as espécies de eucalipto e pinus, amplamente cultivadas no país. Paralelamente, tecnologias inovadoras, como o uso de drones, GPS integrado a sistemas de coleta de dados e inteligência artificial, têm aprimorado a segurança e a eficiência das operações, desde o plantio até o monitoramento florestal.
Diante da crescente demanda global por madeira e derivados, como a celulose, o setor florestal brasileiro tem uma previsão de investimentos de R$ 61,9 bilhões até 2028. Grandes projetos já estão em andamento, com investimentos robustos de empresas como Arauco (R$ 25 bilhões), Suzano (R$ 22,2 bilhões), CMPC (R$ 25 bilhões), Bracell (R$ 5 bilhões) e Klabin (R$ 1,6 bilhão). Atualmente, o setor inaugura uma nova fábrica a cada 18 meses, consolidando-se como um dos motores da economia nacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio