ABAG critica tarifas adicionais dos EUA e alerta para impactos globais no setor agrícola

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A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) manifestou preocupação diante da decisão do governo dos Estados Unidos de impor tarifas adicionais sobre produtos importados do Brasil e de outros países. A medida foi anunciada recentemente pelo presidente Donald Trump e, segundo a entidade, representa uma restrição forçosa ao comércio internacional, em desacordo com as normas multilaterais estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

Na avaliação da ABAG, ações como essa tendem a provocar uma desaceleração da economia global e a elevar o custo de vida da população. Os impactos negativos são ainda mais severos quando atingem o setor agrícola, considerado essencial para garantir a segurança alimentar de bilhões de pessoas ao redor do mundo.

A entidade ressalta que o fornecimento adequado de alimentos a preços acessíveis só é possível com cadeias globais de abastecimento desburocratizadas, canais de comércio livre e a flexibilidade necessária para atender às demandas específicas de diferentes regiões.

As novas tarifas impostas pelos EUA, a partir de uma Ordem Executiva da Casa Branca, preveem uma alíquota mínima adicional de 10% sobre produtos brasileiros destinados ao mercado norte-americano. Itens de outros países também serão afetados por taxas ainda mais elevadas. Para a ABAG, tais medidas podem intensificar as pressões inflacionárias e contribuir para o desaquecimento da economia, tanto nos Estados Unidos quanto em escala global.

O agronegócio brasileiro desempenha papel estratégico no fornecimento de commodities para o mercado interno e para diversas nações, operando com elevados padrões de qualidade e segurança. O setor é movido pela constante busca por inovação, produtividade e sustentabilidade — atributos que, segundo a ABAG, não podem ser desconsiderados.

Apesar dos desafios impostos pelas novas tarifas, a entidade acredita que o agronegócio nacional estará apto a superar obstáculos e a identificar oportunidades neste novo cenário. Um reordenamento profundo das cadeias de produção e das rotas de abastecimento é esperado. Nesse contexto, a diversificação e a abertura de mercados, sejam eles novos ou tradicionais, devem ser priorizadas pelo governo brasileiro, que pode contar com o engajamento do setor agropecuário nesses esforços.

A ABAG defende que o Brasil adote uma estratégia diplomática firme e eficaz em resposta às tarifas norte-americanas, evitando reações precipitadas e preservando os interesses nacionais de longo prazo. Nesse sentido, a entidade considera positiva a tramitação do Projeto de Lei nº 2.088/2023 no Congresso Nacional, por oferecer uma base legal para possíveis contramedidas diante de ações unilaterais e prejudiciais de governos estrangeiros.

Por fim, a associação reforça que o agronegócio seguirá sendo um dos pilares fundamentais da sociedade brasileira, oferecendo não apenas estabilidade e solidez econômica, mas também segurança alimentar, qualidade de vida, geração de empregos qualificados, inovação tecnológica e biocompetitividade para o desenvolvimento sustentável do país.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio