As ações de empresas agrícolas da China registraram forte alta nesta terça-feira (horário de Pequim), impulsionadas pela expectativa de que as tarifas impostas limitem as importações agrícolas dos Estados Unidos e fortaleçam a produção nacional. O movimento contrasta com a tendência de queda nos mercados globais, provocada pela escalada da guerra comercial entre Washington e Pequim.
Os papéis da Dabeinong Technology (002385.SZ), produtora de sementes e rações, subiram 6,45% às 04h24 GMT. Já a Wens Foodstuff (300498.SZ), uma das maiores produtoras de carne suína do país, avançou 5,1%. Outras companhias do setor também acompanharam a valorização: a Wellhope Foods (603609.SS) teve alta de 6,3%, enquanto a New Hope Liuhe (000876.SZ) registrou valorização de 2,45%.
As recentes medidas tarifárias aplicadas pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, excederam as expectativas e desencadearam uma resposta imediata por parte do governo chinês, com a imposição de suas próprias tarifas. A troca de sanções abalou os mercados financeiros ao redor do mundo, eliminando trilhões de dólares em valor de mercado em apenas algumas sessões.
Apesar desse cenário adverso, os papéis do setor agrícola chinês têm apresentado desempenho positivo. O índice Hang Seng de empresas agrícolas listadas na China continental (.HSCAAP) acumula alta de 8,6% apenas no mês de abril.
Para Yang Tingwu, vice-gerente geral da gestora de ativos Tongheng Investment, as tarifas retaliatórias impõem restrições às importações, favorecendo o consumo de produtos nacionais. “No curto prazo, a redução das importações agrícolas representa uma oportunidade para a indústria local”, afirmou o executivo, que declarou ter investido no setor nesta semana. “No longo prazo, a autossuficiência na produção de grãos se torna essencial diante do acirramento da rivalidade com os EUA.”
Na noite de segunda-feira, após o fechamento dos mercados, o governo chinês anunciou uma estratégia de dez anos com o objetivo de fortalecer a agricultura doméstica e garantir um suprimento alimentar mais seguro até 2035.
Como parte das medidas de retaliação, a China anunciou na última sexta-feira tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos norte-americanos, que se somam às tarifas de 10% a 15% já aplicadas a produtos agrícolas dos Estados Unidos desde março. Com a tarifa combinada, o comércio agrícola entre as duas nações corre o risco de ser interrompido completamente.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio