O Brasil inicia uma nova fase na produção e exportação de pescado com o lançamento do projeto piloto de rastreabilidade eletrônica de atuns e espécies afins. A iniciativa será oficialmente apresentada nesta segunda-feira (8), às 14h, em cerimônia no Auditório Rômulo Mello, na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília.
O projeto é fruto de uma parceria entre o ICMBio, a Paiche Consultoria e a Embrapa, por meio do Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar). A proposta visa implementar uma solução digital e ciberfísica capaz de rastrear, em tempo real e de forma auditável, todas as etapas da cadeia produtiva do atum — desde a captura no oceano até o consumidor final.
A rastreabilidade eletrônica permitirá identificar cada fase do processo, incluindo origem, beneficiamento, transporte e comercialização. O objetivo é atender às crescentes exigências dos mercados internacionais e de consumidores atentos a questões como sustentabilidade e segurança alimentar.
De acordo com a Embrapa, o uso do Sibraar representa um avanço significativo na padronização e na transparência das informações sobre produtos agroindustriais. A ferramenta integra dados e possibilita que compradores e consumidores acessem detalhes sobre a procedência e as práticas de produção — aspecto especialmente relevante para o atum, uma das espécies mais valorizadas no comércio global.
Participam da iniciativa as unidades da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Agricultura Digital, Clima Temperado e Pesca e Aquicultura. Para o pesquisador Alexandre de Castro, da Embrapa Clima Temperado, o projeto reforça o compromisso com a sustentabilidade e agrega valor ao pescado brasileiro. “A rastreabilidade fortalece a confiança do consumidor e valoriza o trabalho de pescadores e produtores nacionais”, destaca.
A analista ambiental Mônica Peres, coordenadora de Inovação na Pesca do ICMBio Grandes Unidades Oceânicas, considera o projeto um marco para a conservação dos ecossistemas marinhos. “É um grande desafio, mas também um passo essencial para estimular práticas mais sustentáveis e responsáveis na exploração dos nossos recursos marinhos”, afirma.
Na avaliação da consultora Cintia Miyaji, da Paiche Consultoria, a rastreabilidade no setor pesqueiro é uma exigência crescente nos mercados mais conscientes. “Este projeto reúne inovação, responsabilidade e conservação — elementos fundamentais para o futuro da pesca no Brasil”, conclui.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio