Brasil reforça negociações com os EUA e aposta em novos acordos comerciais

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O Brasil seguirá empenhado nas negociações comerciais com os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que busca expandir sua rede de acordos internacionais e reforça o compromisso com o multilateralismo. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (10) pela secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, durante evento promovido pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).

“Nossa abordagem com os Estados Unidos é negociar, negociar e negociar — é isso que temos feito”, afirmou a secretária, ao destacar que o diálogo contínuo com os norte-americanos faz parte da estratégia comercial brasileira.

Prazeres também ressaltou que o incremento das exportações para a União Europeia pode ser decisivo para a diversificação da pauta exportadora nacional. O Mercosul, bloco do qual o Brasil faz parte, está em fase avançada de tratativas para ratificar o aguardado acordo comercial com a União Europeia. Em paralelo, seguem as negociações com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), que reúne Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein.

A secretária avaliou que o Brasil poderá se beneficiar de mudanças nos fluxos comerciais decorrentes de novas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, a exemplo do que ocorreu no primeiro mandato de Donald Trump, quando as exportações brasileiras de soja à China aumentaram. Contudo, ela alertou para os riscos associados a medidas tarifárias unilaterais e voláteis.

“Há riscos significativos para a economia global, para o comércio internacional e para a governança comercial”, advertiu. “O Brasil sempre defendeu o multilateralismo e um comércio baseado em regras, e não deseja que a situação atual se agrave.”

Em relação à China, principal parceira comercial do Brasil e grande compradora de soja, minério de ferro e petróleo bruto, Tatiana Prazeres defendeu a remoção de barreiras sanitárias, fitossanitárias e regulatórias como estratégia para ampliar a presença dos produtos brasileiros no mercado chinês.

Ela classificou o relacionamento com o país asiático como “duplo”, destacando que, embora a China seja uma importante compradora de commodities brasileiras, também exerce pressão sobre setores industriais nacionais, como os de bens de consumo e automóveis.

Segundo a secretária, os investimentos chineses no setor automotivo e na capacidade produtiva do Brasil têm contribuído para atenuar parte dessas tensões.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio