O mercado de milho no Brasil continua enfrentando desafios de comercialização, conforme aponta a análise da TF Agroeconômica. A resistência dos vendedores em reduzir os preços, somada à prioridade dos produtores na colheita da soja, tem limitado a liquidez do cereal nos principais estados produtores.
No Rio Grande do Sul, as indústrias buscam garantir o máximo possível de milho local para reduzir a necessidade de importação. No entanto, o mercado enfrenta dificuldades, com vendedores mantendo preços firmes e poucos negócios sendo fechados. A saca em Panambi permaneceu cotada a R$ 69,00.
Em Santa Catarina, a comercialização segue travada devido à prioridade na colheita da soja. No Planalto Norte, a saca de milho é ofertada a R$ 82,00, enquanto os compradores sinalizam R$ 79,00, criando um impasse. Nos portos, os preços variam entre R$ 72,00 para entrega em agosto e R$ 73,00 para outubro. Cooperativas locais também registram diferenças nos valores pagos: R$ 70,00 em Campo Alegre, R$ 69,00 em Papanduva e R$ 71,00 no oeste e na região serrana do estado.
No Paraná, os preços seguem elevados, mas o volume de negócios permanece baixo, uma vez que os produtores ainda estão focados na soja. Nos Campos Gerais, a saca para retirada imediata em março de 2025 está cotada a R$ 76,00 (FOB), enquanto para entregas em abril, com pagamento em maio, o preço CIF se mantém no mesmo patamar.
Em Mato Grosso do Sul, os preços registraram uma alta de 63,25% desde a colheita de julho, refletindo a valorização do cereal. Em Dourados, compradores oferecem R$ 77,56 por saca, enquanto vendedores pedem R$ 78,00. Em São Gabriel do Oeste, a diferença entre oferta e demanda é maior, com preços de compra em R$ 72,00 e pedidos de venda próximos a R$ 76,00. No caso do milho safrinha, os valores também variam: compradores oferecem R$ 62,00 por saca, enquanto vendedores pedem R$ 65,00, com as negociações sendo influenciadas pelo avanço da safra e o cronograma de colheita.
Cotações do milho recuam na B3 e em Chicago
Na Bolsa de Mercadorias de São Paulo (B3), os principais contratos de milho encerraram o dia em baixa nesta quinta-feira, conforme informa a TF Agroeconômica. “Em pouco mais de uma semana, o milho na B3 passou de um patamar próximo a R$ 85,00 para os R$ 76,63 do fechamento desta quinta-feira”, destaca a análise.
Os grandes compradores aproveitaram a queda inicial e adquiriram lotes, especialmente voltados à exportação, mas agora voltaram a se afastar do mercado. Ao mesmo tempo, produtores e cooperativas estão direcionando sua produção para os armazéns com a colheita do milho de verão, reduzindo a pressão por novas compras. O mercado também acompanha o aumento dos prêmios nos portos, impulsionado pelo anúncio de tarifas americanas sobre grandes compradores mundiais de milho.
Diante desse cenário, os contratos futuros fecharam em baixa. O vencimento para maio de 2025 encerrou o dia a R$ 76,63, uma queda de R$ 0,67 no dia e de R$ 0,84 na semana. Para julho de 2025, o preço fechou a R$ 71,58, com recuo de R$ 1,12 no dia e de R$ 0,76 na semana. Já o vencimento de setembro de 2025 foi negociado a R$ 70,85, registrando uma baixa de R$ 0,95 no dia e de R$ 0,81 na semana.
Na Bolsa de Chicago, os contratos de milho também apresentaram leves quedas. “A cotação para maio, referência para a safra de verão brasileira, registrou uma baixa de 0,05%, ou $ 0,25 cents/bushel, encerrando a $ 457,50. Por outro lado, a cotação para julho apresentou uma leve alta de 0,05%, fechando em $ 465,50”, informa a TF Agroeconômica.
O impacto das tarifas sobre os exportadores americanos de milho segue sendo um fator relevante no mercado. “As tarifas podem prejudicar os exportadores dos Estados Unidos, uma vez que grandes compradores foram tarifados. No momento, no entanto, os EUA são os que possuem maiores volumes de milho disponíveis”, analisa o relatório. Enquanto isso, o Brasil iniciou a destinação de lotes de milho exportável para o mercado interno, e a elevação dos prêmios pode modificar essa dinâmica. No entanto, por ora, os portos seguem priorizando a soja, resultando em pequenas perdas no mercado de Chicago.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio