O diferencial médio de preços do milho (R$/saca) entre Sorriso (MT) e o Porto de Paranaguá (PR) atingiu, entre fevereiro e março de 2025, o menor nível desde 2021 — ano marcado pelo maior déficit de milho já registrado na série histórica, com retração de 6,4 milhões de toneladas. A informação é da consultoria DATAGRO.
Tradicionalmente, o diferencial de preços entre essas duas praças acompanha de perto o valor médio do frete, refletindo a lógica de escoamento da produção da segunda safra. Sorriso é o maior município produtor de milho do Brasil, responsável por 2,4% do volume colhido em 2023, segundo dados do IBGE. Já o Porto de Paranaguá figura entre os principais pontos de exportação do grão no país.
Esse comportamento, no entanto, começou a mudar entre 2024 e o início de 2025, período em que o diferencial médio passou a se afastar das tarifas de frete praticadas na região, sobretudo entre os meses de fevereiro e março deste ano. A retração observada decorre de uma firme demanda interna combinada a estoques baixos, o que impulsionou os preços mesmo em regiões mais distantes dos portos. Em 25 de março de 2025, a cotação do milho em Sorriso atingiu R$ 76,00 por saca, aproximando-se do recorde histórico de R$ 78,50 registrado em 2021.
Apesar da valorização nos portos, o aumento percentual das cotações em praças do interior foi ainda mais expressivo, comprimindo o diferencial entre os preços. Com os valores praticados no mercado interno frequentemente superiores à paridade de exportação, os incentivos para negociações externas permaneceram limitados ao longo de 2024 e neste início de 2025.
Outro fator que influencia a atual dinâmica de preços é o alto custo do frete, impulsionado pela colheita recorde da soja 2024/25, que sobrecarrega o sistema logístico nacional neste período. Esse cenário contribui para que as tarifas se descolem ainda mais do diferencial de preços do milho.
A projeção da DATAGRO é de que os preços do milho continuem elevados nas regiões do Centro-Oeste, mais afastadas da colheita de verão, até a entrada da safrinha 2025, prevista para junho. A consultoria acredita que essa conjuntura, pautada por uma demanda doméstica consistente, manterá o diferencial de preços em níveis inferiores aos observados entre 2022 e 2024.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio