Dólar abre em baixa, mas persiste a tensão sobre a guerra tarifária
O dólar iniciou o pregão desta quinta-feira (24) em queda, refletindo as reações do mercado aos desdobramentos do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à continuidade da guerra comercial entre os EUA e a China. Na véspera, a moeda norte-americana registrou uma leve redução de 0,16%, sendo cotada a R$ 5,7184. Por outro lado, o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou com uma valorização de 1,34%, encerrando o dia aos 132.216 pontos.
Impactos das tarifas sobre a economia dos EUA
Dados recentes divulgados nos Estados Unidos indicam que o país já começa a sentir os efeitos do aumento das tarifas sobre os produtos importados. O Livro Bege, relatório produzido pelo Federal Reserve (Fed), mostrou que, enquanto empresas e consumidores tentam se adaptar e se proteger do impacto das tarifas, os preços de alguns produtos e serviços começaram a subir, sinalizando uma desaceleração nas atividades econômicas.
Para os investidores globais, a desaceleração da maior economia do mundo gera preocupações, visto que pode ter repercussões em outros países, dado que os EUA são um importante parceiro comercial para diversas nações. O impacto da guerra tarifária com a China também continua sendo um fator de incerteza.
Declarações sobre a guerra comercial com a China
O governo chinês negou, nesta quinta-feira, que haja negociações comerciais em andamento com os Estados Unidos para resolver a disputa tarifária, contrariando declarações recentes de Donald Trump. Enquanto o presidente americano expressou otimismo quanto a um possível acordo com Pequim, a China afirmou que qualquer declaração sobre o progresso nas negociações carece de base factual. Atualmente, as tarifas dos EUA sobre produtos chineses chegam a 245%, enquanto as tarifas chinesas sobre importações americanas são de 125%.
Na quarta-feira, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, deixou claro que o governo dos Estados Unidos não reduzirá unilateralmente as tarifas sobre os produtos importados da China, embora fontes da Casa Branca tenham indicado que há discussões em andamento sobre a possibilidade de uma diminuição das taxas.
Indicadores econômicos e os sinais de desaceleração nos EUA
O mercado também segue atento aos dados econômicos dos EUA, que apontam para uma desaceleração na atividade empresarial. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) dos EUA indicou que a atividade empresarial do país caiu para o nível mais baixo em 16 meses, em abril, refletindo os impactos das tarifas. O indicador, divulgado nesta quarta-feira pela S&P Global, também revelou uma elevação nos preços de bens e serviços, o que reforça as preocupações com uma possível estagflação.
O Livro Bege do Fed acrescentou que as políticas de Trump já começam a ter consequências tangíveis, como uma corrida para a compra de carros antes do aumento das tarifas de importação. No entanto, o relatório também apontou que a atividade econômica desacelerou à medida que as empresas tentaram se ajustar a um cenário de incerteza, evitando grandes investimentos e enfrentando condições de mercado instáveis. Além disso, o documento mencionou indícios de aumento nos preços e até mesmo de demissões iminentes.
*Com informações das agências de notícias AFP e Reuters.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio