Dólar abre em alta com foco em acordos comerciais dos EUA
O dólar abriu em alta nesta terça-feira (29), refletindo o otimismo dos investidores diante dos sinais de avanço nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e diversos países. A expectativa de um possível alívio nas tarifas comerciais norte-americanas segue impulsionando os mercados, ao lado da divulgação de novos dados econômicos relevantes.
Sinais de acordo tarifário impulsionam expectativas
Na segunda-feira (28), o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, revelou que entre 15 e 18 países já estão em tratativas com Washington, e que o primeiro acordo poderá ser assinado ainda nesta ou na próxima semana. Apesar de declarações conflitantes por parte de outras lideranças globais, o mercado tem interpretado como positiva a postura mais conciliadora do governo Trump em relação à política tarifária, o que trouxe alívio momentâneo aos investidores.
Relações com a China seguem no centro das atenções
As atenções se voltam especialmente para as relações entre EUA e China. Recentemente, o ex-presidente Donald Trump afirmou estar disposto a firmar um acordo com o país asiático e que mantém contato com o presidente chinês, Xi Jinping. A China, no entanto, negou oficialmente qualquer diálogo com os EUA nesse sentido. Ainda assim, a notícia de que o governo chinês teria suspendido tarifas sobre determinados produtos norte-americanos renovou as esperanças de uma distensão nas relações comerciais.
Indicadores econômicos influenciam os mercados
Enquanto isso, o mercado financeiro segue atento a indicadores econômicos dos Estados Unidos que podem evidenciar os impactos das tarifas sobre a economia do país. Nesta terça, às 9h05, o dólar registrava alta de 0,19%, cotado a R$ 5,6589. No dia anterior, a moeda norte-americana havia encerrado com queda de 0,68%, a R$ 5,6480. Com isso, o dólar acumula uma desvalorização de 0,68% na semana, 1,01% no mês e 8,60% no ano.
Ibovespa mantém trajetória positiva
No mercado acionário, o Ibovespa — principal índice da Bolsa brasileira — inicia suas operações a partir das 10h. Na véspera, o índice encerrou com alta de 0,21%, aos 135.016 pontos, o maior patamar desde 16 de setembro, quando registrou 135.118 pontos. Com o desempenho, o índice acumula ganhos de 0,21% na semana, 3,65% no mês e 12,25% no ano.
Mercado acompanha desdobramentos da política comercial dos EUA
As declarações do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, também contribuíram para o movimento dos mercados. Ele anunciou que medidas voltadas à redução dos impactos tarifários sobre o setor automotivo serão divulgadas ainda hoje. A expectativa é que essas medidas, somadas às negociações em curso, possam redefinir os rumos da política comercial norte-americana.
O mercado segue em compasso de espera por avanços concretos. Apesar das declarações otimistas por parte de autoridades norte-americanas, a incerteza persiste, principalmente diante das divergências públicas entre os discursos de Washington e Pequim.
China tenta tranquilizar mercados globais
Nesta terça-feira, o embaixador da China na Índia, Xu Feihong, afirmou que o país asiático não pretende recorrer à prática de dumping — vender produtos a preços muito abaixo do mercado — como resposta à guerra comercial com os EUA. A declaração buscou aliviar as preocupações de que o excesso de produtos chineses nos mercados internacionais possa afetar negativamente a competitividade de empresas locais em outros países.
Agenda econômica segue movimentada
A semana segue com uma série de divulgações econômicas no radar dos investidores. Nesta terça-feira, o Banco Central Europeu (BCE) reportou crescimento no volume de empréstimos para empresas da zona do euro em março, sinalizando que os cortes de juros estimularam a atividade econômica antes da intensificação da disputa comercial global liderada pelos EUA.
Outra pesquisa do BCE indicou alta nas expectativas de inflação na região, possivelmente influenciada pelas políticas tarifárias norte-americanas. Também são aguardados os dados do relatório Jolts, sobre empregos nos EUA, e o índice de confiança do consumidor.
No Brasil, o boletim Focus — relatório do Banco Central que compila projeções do mercado financeiro — mostrou nova queda na expectativa de inflação para 2025, passando de 5,57% para 5,55%. Já os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, com informações sobre o mercado de trabalho, devem ser divulgados nesta quarta-feira (30).
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio