Dólar recua com retorno do mercado brasileiro, mas tensão entre Trump e Fed segue no radar

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Dólar inicia o dia em baixa após feriado

O dólar abriu em leve queda nesta terça-feira (22), na reabertura do mercado financeiro brasileiro após o feriado prolongado. Às 9h01, a moeda norte-americana recuava 0,18%, sendo negociada a R$ 5,7940.

Na última quinta-feira (17), antes da pausa, o dólar já havia registrado desvalorização de 1,03%, cotado a R$ 5,8042. Com esse desempenho, a moeda acumulava queda de 1,14% na semana, alta de 1,73% no mês e baixa de 6,08% no ano.

Ibovespa avança na última sessão

O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, voltará a operar às 10h desta terça. No pregão da última quinta-feira, o índice encerrou em alta de 1,04%, alcançando 129.650 pontos.

Com esse resultado, o Ibovespa acumulava alta de 1,54% na semana, leve recuo de 0,47% no mês e avanço de 7,79% no acumulado do ano.

Atrito entre Trump e Powell continua influenciando os mercados

Apesar da pausa nos mercados locais, o noticiário internacional seguiu movimentado. As tensões entre o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, permanecem no centro das atenções dos investidores.

Na última sexta-feira (18), o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, declarou a jornalistas que Trump e sua equipe estavam “estudando” as possibilidades em relação à permanência de Powell à frente do Fed. A declaração foi feita dias após Trump afirmar que, se pedisse, Powell deixaria o cargo — algo que, pela legislação americana, o presidente não tem autoridade direta para fazer.

Independência do banco central em xeque

A simples ameaça de interferência na liderança do Fed gerou preocupação nos mercados, uma vez que a credibilidade da instituição está diretamente relacionada à sua independência política. Especialistas alertam que qualquer tentativa de remover Powell sem base legal pode prejudicar a estabilidade financeira global.

“A independência do banco central é fundamental para evitar decisões pautadas por interesses populistas e assegurar uma economia saudável no médio e longo prazo”, explica o analista de investimentos Vitor Miziara.

Na mesma linha, Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos, destaca que a autonomia do Fed também é essencial para manter a confiança dos investidores, especialmente em períodos eleitorais.

Pressão por cortes de juros

Trump voltou a criticar publicamente Powell, chamando-o de “atrasado e errado” e demonstrando insatisfação com o fato de seu mandato ainda durar mais um ano — até maio de 2026. O ex-presidente reiterou que Powell deveria cortar os juros, o que tem sido recusado pelo Fed.

Atualmente, as taxas de juros americanas estão entre 4,25% e 4,50% ao ano, patamar elevado segundo os padrões históricos dos Estados Unidos. Essa política visa controlar a inflação, mas também tende a desacelerar a atividade econômica.

Efeitos do tarifaço e tensões comerciais

O desconforto entre Trump e Powell se intensificou após o presidente do Fed criticar o “tarifaço” promovido por Trump. Segundo Powell, o aumento de tarifas sobre importações pode dificultar a missão do banco central de controlar a inflação e estimular o emprego. Isso porque o encarecimento de insumos pressiona os preços ao consumidor final, dificultando o equilíbrio econômico.

Além disso, nesta terça-feira, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, anunciou avanços nas negociações comerciais com a Índia. Segundo ele, os países estão finalizando os termos de um acordo que pode evitar a imposição de tarifas recíprocas. Vance adiantou que o pacto deve envolver colaborações estratégicas nos setores de energia e defesa, embora os detalhes ainda não tenham sido divulgados.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio