Dólar recua e Ibovespa opera em queda após tarifaço de Trump

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O dólar abriu em forte queda nesta quinta-feira (3), refletindo a reação do mercado às novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Por volta das 9h, a moeda norte-americana recuava mais de 1,50%, sendo cotada a R$ 5,61. Na sessão anterior, o dólar havia registrado um leve avanço de 0,27%, encerrando o dia a R$ 5,6986.

A desvalorização do dólar ocorre em um cenário global de instabilidade. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de principais divisas internacionais, operava em queda de quase 2%, atingindo o menor patamar desde setembro do ano passado.

No mercado de ações, o Ibovespa também abriu em queda, acompanhando o desempenho negativo das bolsas internacionais. Na véspera, o principal índice da B3 havia registrado leve alta de 0,03%, fechando aos 131.190 pontos.

Impacto do tarifaço no mercado global

O movimento do mercado financeiro ocorre após o detalhamento das novas tarifas de importação anunciadas por Trump. O presidente determinou que os impostos sobre produtos estrangeiros serão equivalentes a, pelo menos, metade das tarifas que esses países impõem sobre mercadorias norte-americanas.

Regiões como Ásia e Oriente Médio foram as mais impactadas, com tarifas que superam 40% em alguns casos. A Europa também foi fortemente atingida, com Trump classificando os comerciantes europeus como “muito duros”. O Brasil, por sua vez, recebeu uma taxa mais branda de 10% sobre todas as importações.

O mercado reagiu negativamente à medida, pois tarifas mais altas tendem a encarecer insumos utilizados na produção de bens e serviços nos Estados Unidos, o que pode pressionar a inflação e reduzir o consumo. Essa possibilidade de desaceleração econômica nos EUA gera incertezas e afasta investidores de ativos de risco, impactando as bolsas de valores globalmente.

Desempenho do dólar e do Ibovespa

Por volta das 09h35, o dólar registrava queda de 1,49%, sendo negociado a R$ 5,6135. No acumulado da semana, a moeda apresentava desvalorização de 1,06%, enquanto no mês recuava 0,12%. No ano, a perda acumulada era de 7,79%.

O Ibovespa iniciou suas operações às 10h com movimento de baixa. No dia anterior, o índice havia registrado leve alta de 0,03%, acumulando queda de 0,54% na semana, avanço de 0,71% no mês e ganho de 9,07% no ano.

Reação internacional e possíveis desdobramentos

As novas tarifas impostas pelos EUA geraram fortes reações entre líderes internacionais. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou a decisão como “um duro golpe à economia mundial” e afirmou que a União Europeia está “preparada para responder”. O chanceler alemão Olaf Scholz também criticou a medida, alertando que ela representa “um ataque contra a ordem comercial global”.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Keir Starmer disse que as tarifas terão “impacto econômico significativo”. No Japão, o ministro do Comércio, Yoji Muto, lamentou a decisão e pediu a Washington que reconsidere. A China, por sua vez, exigiu que os EUA “cancelem imediatamente” as medidas e anunciou que adotará “contramedidas para preservar seus interesses”.

No Brasil, o Senado aprovou um projeto que autoriza o governo a retaliar países que imponham barreiras comerciais aos produtos nacionais. A medida visa proteger as exportações brasileiras de impactos negativos provenientes da nova política tarifária dos EUA.

Perspectivas para o mercado

O aumento das tarifas tende a elevar os custos dos produtos importados e dos insumos utilizados em diversos setores, o que pode pressionar a inflação e impactar o consumo global. O temor de que os EUA entrem em um ciclo de desaceleração ou recessão econômica pode influenciar a dinâmica dos mercados nos próximos meses.

Diante desse cenário, os investidores permanecem atentos aos desdobramentos da nova política tarifária e às possíveis reações dos parceiros comerciais dos EUA, que podem definir o rumo do comércio global nos próximos anos.

Com informações das agências de notícias Reuters e AFP

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio