Energia solar e irrigação sustentável: aliança estratégica para eficiência no campo

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A agricultura desempenha um papel central na economia global e na segurança alimentar, mas enfrenta desafios cada vez mais complexos, como a escassez hídrica, o aumento dos custos energéticos e os impactos das mudanças climáticas. Diante desse cenário, a adoção de fontes renováveis, em especial a energia solar, tem se mostrado uma solução viável e sustentável — sobretudo quando integrada aos sistemas de irrigação, fundamentais para garantir a produtividade e a qualidade das lavouras.

A utilização da energia solar na irrigação apresenta uma série de vantagens para os produtores rurais. Um dos principais benefícios é a redução significativa nos custos com eletricidade e combustíveis fósseis, que tradicionalmente abastecem os sistemas de bombeamento. “Os sistemas fotovoltaicos permitem que os produtores rurais aproveitem a luz solar — abundante em grande parte das regiões agrícolas — como fonte gratuita e inesgotável de energia”, explica Rodrigo Bourscheidt, CEO da Energy+, rede especializada em energias renováveis.

Outro ponto favorável é a independência em relação à rede elétrica convencional, muitas vezes instável ou até inexistente em áreas rurais mais isoladas. Com um sistema solar próprio, o agricultor conquista maior segurança energética, especialmente em períodos de estiagem ou quando há necessidade constante de irrigação. “A autonomia energética proporciona maior controle sobre a produção e reduz os riscos de interrupções no fornecimento”, acrescenta Bourscheidt.

A integração de sistemas de irrigação movidos a energia solar com tecnologias inteligentes, como sensores de umidade do solo e controladores automáticos, também representa um avanço importante. “Essas ferramentas possibilitam que a irrigação ocorra apenas quando necessária e na quantidade exata, evitando desperdícios e aumentando expressivamente a eficiência no uso da água”, afirma o executivo.

Além disso, os sistemas fotovoltaicos não emitem gases de efeito estufa, contribuindo para práticas agrícolas mais sustentáveis e com menor impacto ambiental. Após o investimento inicial — estimado em torno de R$ 339.990,00 para um sistema de 112 kWp — os custos operacionais e de manutenção são baixos, cerca de R$ 369 mensais, o que proporciona economia a longo prazo e maior previsibilidade financeira. “O retorno do investimento costuma ocorrer entre três e cinco anos, e as placas solares têm vida útil de, no mínimo, 25 a 30 anos”, destaca Bourscheidt.

Outro fator técnico relevante é a sincronia natural entre o horário de maior demanda hídrica e o pico de geração solar. “A necessidade de irrigação geralmente ocorre nos períodos mais quentes do dia, justamente quando o sistema solar está em plena atividade. Isso torna a operação ainda mais eficiente e confiável”, conclui o CEO da Energy+.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio