Escalada da guerra comercial entre EUA e China eleva dólar a R$ 5,91 e reacende temor inflacionário no Brasil

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A crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China, impulsionada por declarações do ex-presidente Donald Trump, voltou a pressionar a economia brasileira. Nesta segunda-feira (7), o dólar registrou alta de 1,29%, encerrando o dia cotado a R$ 5,91. O movimento rompeu a trajetória de queda observada nas semanas anteriores, quando a moeda norte-americana chegou a ser negociada em torno de R$ 5,70.

A valorização recente do real havia gerado otimismo na equipe econômica do governo Lula. No entanto, o novo cenário cambial impõe desafios adicionais, principalmente diante da possibilidade de Trump cumprir a ameaça feita para esta terça-feira (8): elevar em mais 50% as tarifas de importação sobre produtos chineses, caso Pequim mantenha a retaliação de 34% anunciada anteriormente.

A possível intensificação do conflito entre as duas maiores economias do mundo pode provocar uma nova rodada de valorização do dólar, com reflexos diretos sobre a inflação brasileira, uma vez que o aumento nos custos de produtos e serviços importados tende a pressionar os preços internos. Esse fator, por sua vez, dificulta ainda mais o trabalho do Banco Central em conter a inflação no país.

Governo brasileiro adota postura cautelosa

Diante da instabilidade, assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendam cautela e sangue frio. A avaliação interna é de que o cenário tende à estabilização no médio prazo, o que pode permitir a retomada da trajetória de queda do dólar e dos juros no Brasil.

Enquanto isso, negociadores brasileiros tentam avançar em uma reunião agendada para esta semana com representantes do governo Trump. O objetivo é discutir as tarifas aplicadas principalmente sobre o aço e o alumínio brasileiros. A expectativa é de que Trump utilize países dispostos ao diálogo como forma de enviar um sinal político à China e à União Europeia, o que poderia resultar em alguma flexibilização nas taxas impostas aos produtos nacionais.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio