Queda nos embarques reflete entressafra e estoques reduzidos
O mercado de café brasileiro encerrou março com uma retração significativa nas exportações. Segundo relatório estatístico mensal divulgado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país exportou 3,287 milhões de sacas de 60 kg no mês, uma redução de 24,9% em relação ao mesmo período de 2024. Essa diminuição é atribuída ao fim do período de entressafra e aos estoques internos reduzidos.
Receita cambial cresce quase 42% no mês
Apesar da queda no volume exportado, a receita cambial obtida com os embarques registrou crescimento expressivo, alcançando US$ 1,321 bilhão – uma alta de 41,8% na comparação anual. O aumento é reflexo direto das cotações elevadas no mercado internacional, que têm sustentado os preços mesmo diante de menor oferta global.
Acumulado da safra 2024/25 apresenta crescimento em volume e receita
No acumulado da safra 2024/25, entre julho de 2024 e março de 2025, o Brasil embarcou 36,885 milhões de sacas, o que representa um avanço de 5% em relação ao mesmo intervalo da temporada anterior. A receita cambial do período atingiu o recorde de US$ 11,095 bilhões, um crescimento de 58,2% no comparativo anual.
Primeiros três meses de 2025 mostram retração no volume, mas alta na receita
Considerando o primeiro trimestre de 2025, o país exportou 10,707 milhões de sacas, o que equivale a uma queda de 11,3% frente ao mesmo período do ano anterior. No entanto, a receita cambial do trimestre foi de US$ 3,887 bilhões, registrando uma expressiva elevação de 54,3%.
Cecafé aponta gargalos logísticos e reflexo de safras anteriores
Para Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, a retração no volume de embarques já era esperada. “É compreensível a redução no volume de embarques após sairmos de um ano recorde em 2024 e de três safras que não alcançaram seu potencial produtivo total”, afirmou. Ele ainda destacou os entraves logísticos nos portos brasileiros como fator que continua impactando negativamente as remessas ao exterior e elevando os custos operacionais para os exportadores.
Preços internacionais seguem elevados, mas cenário pode mudar
A alta na receita cambial é sustentada pelas cotações elevadas nos mercados internacionais. Segundo Ferreira, os preços vêm sendo impulsionados pela oferta limitada no mercado global, prejudicado por eventos climáticos extremos que afetaram a produção em países como Brasil, Vietnã e Indonésia.
Contudo, ele alerta para a possibilidade de mudanças nesse cenário. “Podemos observar um esfriamento do mercado devido às incertezas causadas pelo tarifaço apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impactou todas as economias e tem feito os mercados derreterem, inclusive o de café”, concluiu.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio