Inflação oficial registra alta em março
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a medida oficial da inflação no Brasil, registrou elevação de 0,56% em março, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Inicialmente, o instituto havia informado que se tratava da maior variação para o mês desde 2003. Posteriormente, no entanto, corrigiu a informação, esclarecendo que o índice de março de 2025 é o maior para o período desde 2023, quando houve alta de 0,71%.
Desaceleração em relação a fevereiro
Apesar do avanço, o índice mostra desaceleração em relação ao mês anterior. Em fevereiro, a inflação havia sido de 1,31%, o que representa uma queda de 0,75 ponto percentual. No acumulado do ano, o IPCA registra alta de 2,04%.
Inflação em 12 meses ultrapassa o teto da meta do BC
Nos 12 meses encerrados em março, a inflação atingiu 5,48%, ultrapassando o teto da meta estabelecida pelo Banco Central para o período, que é de 4,5%. A meta central é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Resultado dentro das expectativas do mercado
O resultado de março ficou em linha com as projeções do mercado financeiro, que estimavam precisamente uma elevação de 0,56% no IPCA.
Alimentos lideram pressão inflacionária
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE apresentaram alta em março. O destaque foi o grupo Alimentação e Bebidas, com aumento de 1,17%, o que gerou o maior impacto individual no índice geral, correspondendo a 0,25 ponto percentual — aproximadamente 45% do total do IPCA no mês.
Itens como tomate (22,55%), ovo de galinha (13,13%) e café moído (8,14%) puxaram essa alta.
Difusão da inflação permanece estável
O índice de difusão — que mede a proporção de itens com aumento de preços — ficou em 61% em março, mesmo patamar observado em fevereiro, mas inferior ao registrado em janeiro. Esse indicador revela que a inflação, embora significativa, esteve concentrada em menos itens do que no início do ano.
Variação dos grupos do IPCA em março:
- Alimentação e Bebidas: 1,17%
- Habitação: 0,24%
- Artigos de Residência: 0,13%
- Vestuário: 0,59%
- Transportes: 0,46%
- Saúde e Cuidados Pessoais: 0,43%
- Despesas Pessoais: 0,70%
- Educação: 0,10%
- Comunicação: 0,24%
Alimentação no domicílio tem forte alta
Os preços dos alimentos consumidos em casa subiram 1,31% no mês. Segundo José Fernando Pereira, gerente da pesquisa do IPCA, fatores climáticos como a escassez de chuvas — que afetou a lavoura de café — e o calor excessivo — que acelerou a maturação do tomate — influenciaram diretamente esse aumento.
Em contrapartida, alguns produtos registraram queda de preços, como óleo de soja (-1,99%), arroz (-1,81%) e carnes (-1,60%).
Refeições fora de casa também ficaram mais caras
A alimentação fora do domicílio registrou alta de 0,77%, acima da variação de 0,47% observada em fevereiro. Subitens como refeição (0,86%) e cafezinho (3,48%) apresentaram aumento superior ao do mês anterior (0,29% e 0,47%, respectivamente).
INPC avança 0,51% no mês
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado como referência para reajustes do salário mínimo e que mede a inflação percebida por famílias com renda mais baixa, teve alta de 0,51% em março — uma desaceleração em relação a fevereiro, quando o índice havia subido 1,48%.
No acumulado de 12 meses até março de 2025, o INPC registra elevação de 5,20%.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio