Um estudo recente do Agroinfo, publicação do Rabobank, traz uma análise aprofundada sobre as tendências e expectativas para importantes cadeias do agronegócio brasileiro, incluindo algodão, suco de laranja, celulose e insumos agrícolas. O relatório destaca um panorama de estabilidade de preços, fatores climáticos e conjunturais que influenciam o desempenho das exportações e os custos de produção.
Algodão: estabilidade nos preços e exportações lentas
O mercado global de algodão continua enfrentando um cenário de estabilidade nos preços. Segundo o Rabobank, as exportações brasileiras seguem em ritmo lento devido à menor competitividade do produto nacional em relação ao algodão norte-americano, especialmente na Ásia, principal destino do algodão exportado pelo Brasil.
Apesar disso, os fundamentos do mercado permanecem sólidos, com destaque para a resiliência da produção brasileira. O estudo observa que, enquanto o Brasil se mantém como um dos principais exportadores globais, a demanda externa ainda sofre os efeitos de estoques elevados e incertezas econômicas nos países importadores.
Suco de laranja: oferta restrita sustenta cotações elevadas
A indústria de suco de laranja continua sendo impactada por uma oferta restrita. Os preços seguem elevados, sustentados por um cenário de baixa disponibilidade da fruta tanto no Brasil quanto na Flórida (EUA), duas das principais regiões produtoras do mundo.
A previsão para o mercado no curto e médio prazo é de continuidade desse cenário, com preços firmes. Segundo o Rabobank, a recuperação da produção nos Estados Unidos ainda é lenta, enquanto no Brasil as condições climáticas e fitossanitárias impõem limitações à expansão da oferta.
Celulose: melhora gradual na demanda e restrição na oferta impulsionam preços
Após um período de baixa nos preços, o setor de celulose começa a apresentar sinais de recuperação. O relatório aponta uma melhora progressiva da demanda, especialmente na China, principal mercado consumidor da commodity.
Além disso, a restrição da oferta global, causada por paralisações em fábricas e atrasos logísticos, contribui para a sustentação dos preços. A expectativa do Rabobank é que essa tendência continue ao longo dos próximos meses, com recuperação gradual da margem dos produtores.
Insumos agrícolas: custo do frete pressiona cadeias e reduz competitividade
No segmento de insumos agrícolas, o destaque é para os custos logísticos, especialmente do frete marítimo, que vêm apresentando forte alta. De acordo com o Rabobank, esse aumento afeta diretamente os custos de produção no campo, sobretudo em relação à importação de fertilizantes e defensivos.
A elevação do frete impacta a competitividade do agronegócio brasileiro, sobretudo em um momento em que o produtor rural busca alternativas para reduzir custos diante de margens mais apertadas. O estudo indica que esse cenário tende a se manter enquanto persistirem os gargalos logísticos internacionais, agravados por tensões geopolíticas e limitações operacionais em importantes rotas comerciais.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio