O mercado global de trigo atravessa um período de incertezas, segundo análise da TF Agroeconômica. Embora o panorama de oferta e demanda continue positivo no médio e longo prazos, o curto prazo revela uma tendência de baixa. O principal fator por trás dessa reversão é a recente imposição de tarifas comerciais sobre as importações de trigo norte-americano, o que pode levar os compradores a buscar alternativas como Europa, Argentina e Austrália.
Entre os elementos que sustentam a alta, destaca-se a leve retração nos preços FOB do trigo argentino, que caíram cerca de US$ 3 por tonelada na última semana. No entanto, esse movimento pode ser revertido caso a demanda internacional aumente, impulsionada pelas novas tarifas sobre o trigo dos Estados Unidos.
No mercado interno brasileiro, os preços também registraram elevação, impulsionados pela escassez de estoques da última safra e pelo aumento da demanda no período pós-Carnaval. De acordo com o levantamento do Cepea, no Rio Grande do Sul, as cotações subiram 2,35% na semana e 0,39% no dia. No Paraná, o avanço foi de 0,54% na semana e 0,41% no dia. Esses aumentos tendem a aproximar os preços da paridade de importação.
Por outro lado, fatores relevantes seguem pressionando os preços para baixo. A competitividade do trigo americano foi afetada pela nova guerra comercial impulsionada pelo governo Trump, o que fez com que grandes compradores considerassem outros fornecedores. Ainda assim, há espaço para reavaliações: o Vietnã, por exemplo, já sinalizou interesse em eliminar tarifas, o que pode reabrir canais diplomáticos.
Além disso, as condições climáticas favoráveis no Leste Europeu — especialmente na Rússia, Ucrânia e França — têm contribuído para a melhora do solo e para perspectivas positivas quanto à safra 2025/2026, reforçando o cenário de pressão sobre os preços internacionais do cereal.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio