Inflação: estimativas revisadas para os próximos anos
O mercado financeiro revisou para baixo a estimativa da inflação para 2025. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta terça-feira (22), a projeção caiu de 5,65% para 5,57%. Apesar do recuo, o índice segue acima do teto da meta estabelecida para o período, que é de 4,5%.
A expectativa para a inflação de 2026 foi mantida em 4,5%, enquanto a de 2027 permaneceu em 4%. Para 2028, no entanto, houve uma leve alta: de 3,78% para 3,80%.
A partir de 2025, o país adota o regime de metas contínuas de inflação, com o objetivo central de 3%. Considera-se que a meta foi cumprida caso o índice varie entre 1,5% e 4,5%.
Neste sistema, cabe ao Banco Central ajustar a taxa básica de juros (Selic) para manter a inflação dentro da faixa estipulada. Como os efeitos da Selic sobre a economia podem levar entre seis e 18 meses para se manifestar plenamente, a autoridade monetária baseia suas decisões em projeções futuras — atualmente mirando o cenário inflacionário de 12 meses até meados de 2026.
Desde janeiro, passou a valer a nova metodologia que compara a inflação acumulada em 12 meses com a meta vigente e seu intervalo de tolerância. Caso o índice permaneça fora dos limites por seis meses consecutivos, considera-se que a meta foi descumprida.
Nessa hipótese, o Banco Central deve enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda explicando os motivos do desvio. Foi o que ocorreu em janeiro deste ano, quando o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, justificou o descumprimento da meta de 2024 apontando fatores como forte atividade econômica, desvalorização do real e eventos climáticos extremos.
A autoridade monetária também já sinalizou a possibilidade de nova violação da meta em junho, ao completar seis meses seguidos acima do teto de 4,5%.
Por que isso importa?
A inflação elevada reduz o poder de compra da população, sobretudo dos que recebem salários mais baixos. Isso ocorre porque os preços sobem, sem que os rendimentos acompanhem o mesmo ritmo.
Produto Interno Bruto: mercado prevê crescimento mais robusto
A projeção do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 subiu de 1,98% para 2%. O PIB representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é o principal indicador do desempenho da economia.
Para 2026, a expectativa de crescimento também foi revisada para cima, passando de 1,61% para 1,70%.
Taxa de juros: expectativas mantidas
As projeções para a taxa básica de juros (Selic) foram mantidas estáveis pelo mercado financeiro. Atualmente em 14,25% ao ano, após sucessivas altas promovidas pelo Banco Central, a taxa deve ser elevada novamente em maio, segundo sinalizações da própria autoridade monetária.
Para o final de 2025, a estimativa permanece em 15% ao ano. Já para 2026, o mercado prevê uma taxa de 12,50% ao ano. A projeção para o fechamento de 2027 também se manteve em 10,50% ao ano.
Outras estimativas econômicas
- Câmbio:
- A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2025 foi mantida em R$ 5,90 por dólar. Para o encerramento de 2026, houve uma ligeira queda: de R$ 5,97 para R$ 5,96.
- Balança comercial:
- A expectativa para o superávit da balança comercial em 2025 permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2026, houve uma leve redução, de US$ 79,45 bilhões para US$ 79,3 bilhões.
- Investimento estrangeiro:
- As previsões para a entrada de investimento estrangeiro direto no Brasil seguiram estáveis: US$ 70 bilhões tanto para este ano quanto para 2026.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio