As projeções para a inflação e o crescimento econômico do Brasil neste ano e no próximo permaneceram inalteradas, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (7). A estimativa para a taxa básica de juros em 2025 e 2026 também não sofreu alterações, apesar da elevação recente nos temores de uma guerra comercial global.
O relatório, que reúne a percepção semanal de cerca de cem economistas sobre os principais indicadores macroeconômicos, apontou que a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 segue em 5,65%. Para 2026, a projeção também foi mantida em 4,50%. O centro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
No que diz respeito ao Produto Interno Bruto (PIB), a previsão de crescimento para este ano permaneceu em 1,97%, e, para 2026, foi mantida em 1,60%, refletindo a estabilidade nas expectativas de desempenho econômico.
Em relação à política monetária, o mercado manteve suas estimativas para a taxa Selic. A mediana das projeções para 2025 continua em 15,00%, completando a 13ª semana consecutiva com essa previsão. Já para 2026, a expectativa é de que a taxa esteja em 12,50%. Atualmente, a Selic está fixada em 14,25% ao ano.
A manutenção dessas projeções ocorre em meio a uma semana marcada pelo aumento nas preocupações com uma possível recessão global, após o anúncio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de novas tarifas sobre importações. Na última quarta-feira, Trump declarou a implementação de uma tarifa mínima de 10% sobre todos os produtos importados pelos EUA, com percentuais ainda mais elevados para países com maior desequilíbrio comercial com a economia norte-americana.
Apesar da expectativa de que tais medidas pudessem abrir espaço para negociações com os principais parceiros comerciais dos EUA, como China e União Europeia, a reação até o momento tem sido de retaliação, sem qualquer sinal de recuo por parte do governo norte-americano. Esse ambiente aumenta os receios de uma guerra comercial em escala global e de uma consequente desaceleração da atividade econômica mundial.
O relatório Focus também apontou uma leve redução nas projeções para o câmbio. A estimativa para o dólar no final de 2025 recuou de R$ 5,92 para R$ 5,90, enquanto a projeção para 2026 caiu de R$ 6,00 para R$ 5,99. Em 2025, o dólar acumula uma queda de 5,52% frente ao real, resultado atribuído a um movimento de correção após a forte valorização da moeda norte-americana no fim do ano passado e à crescente incerteza sobre os rumos da política comercial dos Estados Unidos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
