Inflação: projeções em queda para 2025
O mercado financeiro reduziu, pela segunda semana consecutiva, a expectativa de inflação para 2025. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central (BC), a projeção passou de 5,57% para 5,55%. Apesar da queda, a estimativa segue acima do teto da meta estabelecida para o ano, que é de 4,5%.
A pesquisa, que reúne as expectativas de mais de 100 instituições financeiras, também apontou que:
- Para 2026, a inflação esperada subiu de 4,50% para 4,51%;
- Para 2027, a previsão manteve-se em 4%;
- Para 2028, houve uma leve queda, de 3,80% para 3,78%.
Novo sistema de metas contínuas
A partir de 2025, entra em vigor o sistema de metas contínuas de inflação, cujo objetivo central é de 3%, sendo considerado cumprido se os índices oscilarem entre 1,5% e 4,5%.
Dentro desse sistema, o Banco Central ajusta a taxa básica de juros (Selic) com base nas projeções futuras, já que os efeitos da política monetária levam entre seis e 18 meses para serem sentidos plenamente na economia. Atualmente, o BC já está mirando a inflação esperada para os 12 meses encerrados em meados de 2026.
O regime prevê que, caso a inflação ultrapasse o intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta será considerada descumprida. Nessa hipótese, o Banco Central é obrigado a enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões do desvio.
Em janeiro deste ano, o então presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou uma carta justificando o estouro da meta de 2024, atribuindo o resultado a fatores como a intensa atividade econômica, a depreciação do real e eventos climáticos extremos. Recentemente, o BC também admitiu a possibilidade de nova violação da meta ainda em junho deste ano.
Impacto da inflação no poder de compra
O controle da inflação é fundamental para preservar o poder de compra da população, especialmente dos trabalhadores de menor renda. Isso porque, quando os preços sobem e os salários não acompanham o mesmo ritmo, há uma redução na capacidade de consumo das famílias.
Crescimento econômico: estabilidade nas projeções do PIB
A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 permaneceu estável em 2%. O PIB é a medida que engloba todos os bens e serviços produzidos no país, funcionando como um indicador-chave da atividade econômica.
Para 2026, a expectativa de alta do PIB também se manteve inalterada em 1,70%.
Taxa de juros: estabilidade nas expectativas
A previsão para a taxa básica de juros, a Selic, também permaneceu estável nas estimativas dos analistas:
- Em março, o Banco Central elevou os juros para 14,25% ao ano, pela quinta vez consecutiva, e sinalizou novas altas para os próximos meses.
- Para o fechamento de 2025, a expectativa do mercado é de uma Selic a 15% ao ano.
- Para o fim de 2026, a previsão permanece em 12,50% ao ano.
- Para 2027, o mercado continua projetando uma taxa de 10,50% ao ano.
Outras projeções do mercado financeiro
Além das expectativas para inflação, juros e crescimento econômico, o Boletim Focus também trouxe as seguintes projeções:
- Dólar: A taxa de câmbio esperada para o fim de 2025 manteve-se em R$ 5,90. Para o final de 2026, a projeção caiu ligeiramente de R$ 5,96 para R$ 5,95.
- Balança comercial: A expectativa para o superávit comercial em 2025 permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2026, o saldo esperado subiu de US$ 79,3 bilhões para US$ 79,4 bilhões.
- Investimento estrangeiro: A entrada de investimentos estrangeiros diretos no país deve atingir US$ 70 bilhões em 2025, com a mesma previsão sendo mantida para 2026.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio