Minas Gerais desponta como polo estratégico para a indústria florestal com 15 milhões de hectares disponíveis

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Minas Gerais possui 15 milhões de hectares com potencial para o desenvolvimento de projetos florestais, dos quais 7 milhões são indicados para empreendimentos do tipo brownfield — que utilizam florestas já existentes — e outros 15 milhões destinados a projetos greenfield, ou seja, novos plantios voltados à instalação de futuras indústrias. Os dados fazem parte de um estudo inédito apresentado nesta quarta-feira (10), durante o evento Florestas UAI, promovido pela Associação Mineira da Indústria Florestal (AMIF) em parceria com a Malinovski.

A pesquisa foi encomendada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e pela Invest Minas, e conduzida pelo Grupo Index. Segundo Adriana Maugeri, presidente da AMIF, a análise representa um marco para o setor: “Este estudo é, sem dúvida, um divisor de águas, pois oferece um direcionamento claro para um crescimento ordenado, sustentável e inclusivo do setor, alcançando diversas regiões, perfis de produtores e segmentos”.

Atualmente, Minas Gerais contabiliza cerca de 2,3 milhões de hectares de florestas plantadas, o que corresponde a aproximadamente 25% da área total de plantações florestais no Brasil. O estado também abriga 1,3 milhão de hectares de florestas preservadas. O setor florestal mineiro movimenta cerca de R$ 10 bilhões por ano, gerando mais de 300 mil empregos diretos e indiretos, além de representar uma importante frente de exportações com produtos como celulose, papel e carvão vegetal sustentável.

Atrativos para o investimento

Além da ampla disponibilidade de áreas aptas, o estado se destaca por uma série de fatores que reforçam sua competitividade: grande oferta de recursos hídricos, preços atrativos das terras, regime tributário diferenciado e uma cadeia de valor diversificada. Minas Gerais possui ainda a maior área plantada de eucalipto do país. A atividade de silvicultura está presente em 811 dos 853 municípios mineiros, evidenciando sua capilaridade e relevância socioeconômica.

O levantamento mostra que o estado apresenta um dos melhores Valores de Terra Nua (VTN) do país para uso florestal, com média de R$ 9,8 mil por hectare. Em regiões consideradas promissoras, como o Norte, Noroeste e a região Central, esse valor pode chegar a R$ 2,8 mil por hectare. A combinação entre clima favorável e custo competitivo garante alta produtividade florestal, frequentemente superior à observada em polos mais consolidados, posicionando Minas Gerais como um novo destino estratégico para a expansão da indústria florestal no Brasil.

Ambiente regulatório e perspectiva sustentável

O estudo também aponta que a recente simplificação do processo de licenciamento ambiental em Minas — que reduziu significativamente o tempo necessário para a obtenção de autorizações —, somada à crescente demanda global por produtos sustentáveis, reforça a posição do estado como protagonista na transição para uma economia verde. “O estudo vem em um momento oportuno e integra o programa Minas Invest+ Florestas, que organiza e centraliza as ações para desburocratizar e atualizar a legislação florestal do estado”, destaca Maugeri.

Entre as recomendações do diagnóstico, estão a formulação de políticas públicas estruturadas em quatro eixos: aperfeiçoamento da logística, aumento da produtividade florestal com suporte técnico e pesquisa, capacitação de mão de obra especializada e ampliação de incentivos fiscais para atração de investimentos. Com essas medidas, Minas Gerais consolida-se como uma das regiões mais promissoras para o avanço da indústria florestal, reunindo atributos que a posicionam com destaque no cenário nacional e internacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio