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O Potencial Bilionário da Cannabis no Brasil: Caminhos para uma Revolução Econômica e Social

O mercado global de cannabis está atravessando uma fase de transformação sem precedentes, impulsionada por avanços regulatórios e pela crescente demanda por produtos terapêuticos e industriais. De acordo com a Mordor Intelligence (2024), o setor deve alcançar US$ 69,25 bilhões até 2029, crescendo a uma taxa composta de 15,40% ao ano. Esse panorama abre portas para países emergentes, como o Brasil, que possuem condições climáticas favoráveis ao cultivo e custos de produção reduzidos. No entanto, para que esse potencial se concretize, é fundamental que as regulamentações avancem de forma estruturada, garantindo segurança jurídica e modelos sustentáveis.

Regulamentação e Impactos Econômicos: Lições de Outros Países

Em diversas nações, a regulamentação da cannabis tem gerado impactos econômicos positivos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a indústria gerou US$ 35 bilhões em 2023, com expectativas de superar os US$ 50 bilhões até 2027. A indústria emprega diretamente mais de 428 mil pessoas, conforme o Leafly Jobs Report (2024). No Canadá, a regulamentação iniciada em 2018 resultou em mais de US$ 7,1 bilhões movimentados em cinco anos, consolidando o país como um dos maiores exportadores de cannabis medicinal. Já a Alemanha, ao regulamentar o uso medicinal da planta em 2017 e o uso adulto em 2024, projeta movimentar US$ 4,5 bilhões em cinco anos. A Colômbia, por sua vez, focou na exportação de cannabis medicinal, movimentando cerca de US$ 1,2 bilhão desde 2017. Esses exemplos demonstram como políticas estruturadas podem impulsionar economias emergentes, gerando arrecadação tributária e novas oportunidades de emprego.

Crescimento do Mercado de Cannabis no Brasil

O Brasil também começa a vislumbrar um futuro promissor para a cannabis medicinal. Atualmente, mais de 600 mil pacientes estão em tratamento com produtos derivados da planta, e 439 produtos estão disponíveis para importação. O setor conta com a participação de 153 empresas, incluindo importadores, distribuidores e fabricantes, e o faturamento anual do setor varia entre R$ 21,9 milhões e R$ 49,9 milhões, segundo dados da Kaya Mind (2024).

Em 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) avançou na descriminalização do porte de cannabis para uso pessoal, enquanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve regulamentar o cultivo e a comercialização da planta em até seis meses. Além disso, o Projeto de Lei 399/2015, que trata da regulamentação do cultivo para fins medicinais e industriais, segue em tramitação no Congresso Nacional.

O Futuro da Cannabis no Brasil: Oportunidades e Desafios

Caso o Brasil implemente uma regulamentação eficiente, o país poderá explorar todo o potencial da cannabis como um motor econômico. A formalização do setor pode gerar milhares de empregos, impulsionar o agronegócio e fortalecer indústrias como a farmacêutica, cosmética e têxtil. Além disso, a adoção de tecnologias como blockchain para rastreabilidade e inovação no cultivo poderá consolidar o Brasil como um dos principais players globais da indústria.

Apesar dos desafios culturais e regulatórios, o Brasil tem uma grande oportunidade diante de si. Modelos regulatórios bem estruturados, como os adotados por países como Canadá, Alemanha e Colômbia, mostram que a cannabis pode ser um vetor de desenvolvimento econômico e social, gerando inovação, arrecadação fiscal e criação de empregos. Se o Brasil seguir esse caminho, poderá se tornar um protagonista global na revolução verde, promovendo inovação, desenvolvimento sustentável e impactos econômicos positivos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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