Paraná regulamenta uso do teste ELISA no diagnóstico complementar da tuberculose bovina

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Uso do teste ELISA é oficializado no Paraná

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) publicou, por meio da Portaria nº 96, de 24 de março de 2025, a regulamentação do teste ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) como método diagnóstico complementar à Tuberculinização Comparada (TCC) em propriedades em processo de saneamento para tuberculose bovina.

O que é o teste ELISA e como funciona

O teste ELISA é um exame laboratorial destinado à detecção de anticorpos ou antígenos presentes em uma amostra. Sua aplicação baseia-se na reação entre anticorpo e antígeno — quando compatíveis, essa interação provoca uma reação identificável, que confirma a presença do agente infeccioso.

A importância do ELISA no combate à tuberculose bovina

A tuberculose é uma zoonose crônica que acomete, principalmente, os pulmões dos bovinos, causando sintomas como emagrecimento, tosse persistente e queda na produção de leite. Ao atuar como ferramenta complementar à TCC, o teste ELISA amplia a precisão do diagnóstico, fortalecendo as estratégias de vigilância e controle da doença.

Expectativa de redução no tempo de saneamento das propriedades

Atualmente, o processo de saneamento de uma propriedade contaminada pode durar cerca de seis meses. Segundo Marta Freitas, chefe da Divisão de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose da Adapar, o uso do teste ELISA deverá agilizar esse processo. “Espera-se reduzir o tempo de saneamento com a identificação mais rápida e eficaz de animais infectados que, por vezes, não reagem ao teste convencional”, destaca a médica-veterinária.

Critérios para utilização do exame no Estado

O uso do teste está condicionado a critérios específicos estabelecidos pela portaria. A propriedade deve estar formalmente classificada como em fase de saneamento da tuberculose, e os animais — bovinos ou bubalinos — precisam ter apresentado resultado negativo na TCC. Além disso, o teste ELISA só poderá ser realizado em animais com mais de quatro meses de idade. A coleta de sangue deverá ocorrer entre 15 e 40 dias após a aplicação da tuberculina, com envio do soro a laboratórios previamente autorizados pela Adapar. A lista desses laboratórios está disponível no site oficial da agência.

Avanço estratégico na erradicação da doença

A médica-veterinária Marta Freitas ressalta que a introdução do ELISA representa um avanço significativo no enfrentamento da tuberculose bovina. “É uma alternativa eficiente para identificar animais infectados que, por estarem imunossuprimidos, não reagem adequadamente à tuberculinização”, explica. O exame permite a detecção de anticorpos específicos contra o Mycobacterium bovis, agente causador da enfermidade.

Animais reagentes devem ser eliminados

De acordo com o protocolo estabelecido pela Divisão de Controle e Erradicação de Doenças da Adapar, todo animal que apresentar resultado positivo no teste ELISA (animal reagente) deverá ser eliminado, como forma de controle da propagação da doença.

Compromisso com a sanidade animal e o agronegócio

Para Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, a adoção do teste ELISA reforça o compromisso da agência com a sanidade do rebanho paranaense. “Essa medida contribui diretamente para a segurança alimentar e para a competitividade do agronegócio no Estado”, afirma.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio