Preços do milho recuam em Chicago sob pressão de instabilidade financeira nos EUA

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Cotações do milho encerram em baixa na Bolsa de Chicago

O mercado futuro do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou a segunda-feira (21) com leve recuo, influenciado principalmente pelas incertezas nos mercados financeiros dos Estados Unidos e pela intensificação da disputa política envolvendo o ex-presidente Donald Trump e o Federal Reserve. De acordo com análise da TF Agroeconômica, o contrato com vencimento em maio — referência para a safra de verão brasileira — caiu 0,10%, ou US$ 0,50 por bushel, fechando a US$ 481,75. O contrato de julho recuou 0,05%, ou US$ 0,25 por bushel, encerrando o pregão a US$ 490,00.

Fatores políticos e econômicos pressionam o mercado

O desempenho fraco da bolsa de valores norte-americana (Wall Street) e a insegurança quanto à política tarifária dos EUA — agravada pelas recentes declarações de Trump sobre comércio internacional — aumentaram a aversão ao risco por parte dos investidores. Este cenário adverso afetou diretamente os preços das commodities agrícolas negociadas na CBOT, incluindo o milho.

Previsão de chuvas nos EUA limita queda

Apesar da pressão negativa, o mercado encontrou algum suporte na previsão de chuvas intensas nas regiões produtoras de milho e soja do chamado “cinturão agrícola” dos Estados Unidos. A possibilidade de atrasos no plantio e eventuais perdas de produtividade ajudou a conter uma queda mais acentuada nos preços futuros.

Embarques norte-americanos sustentam demanda

Outro fator que amenizou as perdas foi o ritmo robusto dos embarques norte-americanos de milho, que permanecem acima das expectativas do mercado. A demanda internacional — com destaque para países asiáticos — tem garantido fluxo constante de exportações, o que contribui para a sustentação parcial dos preços em meio ao cenário econômico desfavorável.

B3 não divulga cotações devido a feriado

No Brasil, a Bolsa de Mercadorias de São Paulo (B3) não divulgou cotações nesta segunda-feira em razão do feriado de Tiradentes.

Mercado de milho no Paraguai permanece com baixa liquidez

No Paraguai, o mercado de milho segue com pouca movimentação, restringindo-se a negociações pontuais em momentos de oscilação nos preços. Segundo a TF Agroeconômica, tanto o milho disponível (spot) quanto o de segunda safra apresentaram baixo volume de negócios, reflexo da estabilidade nos preços em patamares considerados pouco atrativos pelos vendedores, que preferem aguardar por condições mais favoráveis.

Indústrias recuam nas compras diante da estabilidade dos preços

As indústrias de etanol mantêm ofertas entre US$ 167 e US$ 175 por tonelada métrica (USD/TM), com entrega direta nas usinas. Já as indústrias avícolas adotam postura cautelosa e têm adiado suas compras, na expectativa de que os preços recuem ainda mais. Para exportação ao Brasil, há relatos de negócios pontuais na região Centro-Oeste do Paraná, com valores entre US$ 190 e US$ 193 por tonelada, indicando algum interesse, embora sem impulso expressivo.

Concorrência internacional pressiona o mercado

No mercado global, os preços flat do milho se mantêm estáveis em diferentes origens: Estados Unidos (US$ 224 FOB), Argentina (US$ 226 FOB, porto de Up River oficial) e Brasil (US$ 226 FOB, porto de Santos). Na Europa e no Leste Europeu, os valores são um pouco superiores: França (US$ 240), Romênia (US$ 245), Rússia (US$ 230) e Ucrânia (US$ 240), evidenciando o elevado nível de competitividade entre os exportadores.

Futuro incerto mantém lentidão nas negociações paraguaias

Nos contratos futuros e embarques programados, o milho argentino é negociado a US$ 227 para maio, US$ 226 para junho e US$ 213 para julho, sinalizando tendência de queda nos preços à medida que se avança para o segundo semestre. Diante desse panorama e da postura retraída dos compradores, o ritmo das negociações no Paraguai deve permanecer lento até que o mercado indique mudanças mais expressivas.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio