Setor agropecuário prepara proposta estratégica para representar o Brasil na COP30

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Agronegócio brasileiro prepara posicionamento oficial para a COP30

O setor agropecuário nacional está estruturando uma proposta formal que represente sua visão na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), prevista para 2025, em Belém (PA). A iniciativa é liderada pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), com o apoio de importantes instituições parceiras como o Conselho Empresarial da América Latina (CEAL), o Grupo de Países Produtores do Sul (GPS), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o Instituto Pensar Agropecuária (IPA).

Contribuição do agro para o enfrentamento da crise climática

O objetivo central do documento é reforçar o papel estratégico do agronegócio como parte da solução para os desafios ambientais globais, destacando o protagonismo brasileiro na produção sustentável de alimentos, fibras e energia. A construção do posicionamento está sendo feita a partir de debates promovidos no Fórum “Rumo à COP30: O Agronegócio e as Mudanças Climáticas”, realizado no dia 23 de abril pela ABAG.

Três eixos centrais: adaptação, financiamento e mercado de carbono

Durante o evento, os participantes foram convidados a responder três perguntas-chave que norteiam o conteúdo do documento:

  • Como a agropecuária pode contribuir para a agenda de adaptação e mitigação das mudanças climáticas?
  • De que forma podemos destravar o financiamento para o setor agropecuário?
  • Como o agronegócio se relaciona com o mercado de carbono?

Para cada um desses eixos temáticos, foram designados dois especialistas como mentores responsáveis por compilar as propostas e redigir o conteúdo final.

Especialistas lideram a redação do documento

A seção de adaptação e mitigação será conduzida por Carlos Cerri, diretor do CCarbon/USP, e Renato Rodrigues, head de agronegócio da TerraDot.

O tema financiamento está sob responsabilidade de Marcelo Morandi, chefe da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, e Rodrigo Lima, diretor-geral da Agroicone.

Já o debate sobre mercado de carbono será liderado por Eduardo Bastos, diretor-executivo do IEAG, e Natascha Trennepohl, sócia da Carbonn Nature.

Contribuições técnicas e políticas para o posicionamento do agro

Durante o fórum, os mentores explicaram os contextos de cada uma das questões para guiar os participantes na construção das respostas. No eixo adaptação, a discussão girou em torno das estratégias para lidar com a variabilidade climática crescente. No âmbito da mitigação, foram debatidas ações voltadas à redução e remoção de emissões de gases de efeito estufa.

O tópico financiamento abordou mecanismos para atrair investimentos e financiar práticas sustentáveis com potencial para transformar realidades sociais, econômicas e ambientais. Por fim, em relação ao mercado de carbono, a reflexão foi sobre como o agro pode integrar-se de forma competitiva a esse sistema global, garantindo reconhecimento e valorização internacional.

Documento servirá de base para articulação política e internacional

Segundo Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da ABAG, o documento em construção será fundamental para representar, de forma coesa, os interesses do setor na COP30. “Estamos nos aproximando da COP30 e tudo o que conhecemos está em jogo. Por isso, é essencial termos um posicionamento único e harmônico do agro brasileiro. O aquecimento global é resultado de mais de um século de ação humana sobre a natureza, e seus impactos já são sentidos fortemente pelo setor agropecuário”, afirmou.

O presidente da ABAG reforçou ainda que o material também servirá como base técnica para a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) defender os interesses do setor durante as negociações climáticas, ao mesmo tempo em que buscará garantir que a realidade do campo brasileiro seja considerada na formulação dos protocolos internacionais da conferência.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio