STOXX 600 atinge menor patamar em 16 meses em meio a tensões comerciais entre EUA e China

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O principal índice acionário europeu, o STOXX 600, recuou nesta segunda-feira ao seu nível mais baixo em 16 meses, refletindo a crescente apreensão dos investidores diante da possibilidade de uma recessão econômica. O movimento ocorre após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que indicaram a continuidade de sua postura rígida na disputa comercial com a China.

O índice registrava queda de 4,33 pontos, sendo cotado a 474,85, em sua quarta sessão consecutiva de perdas. A desvalorização aponta para o maior recuo percentual em um único dia desde o início da pandemia de Covid-19.

Durante o fim de semana, Trump afirmou a jornalistas que não pretende chegar a um acordo com Pequim até que o déficit comercial norte-americano seja resolvido. A declaração intensificou as perdas nas bolsas asiáticas e ampliou a aversão ao risco nos mercados globais.

“Havia certa expectativa de que negociações pudessem ser retomadas, mas as mensagens recentes demonstram que o presidente Trump está confortável com a reação negativa dos mercados e deve manter sua estratégia atual”, avaliou Richard Flax, diretor de investimentos da Moneyfarm.

Entre os setores mais afetados, o bancário registrou perdas expressivas, com o Commerzbank e o Deutsche Bank recuando 10,7% e 10%, respectivamente — movimento que coloca o segmento próximo de caracterizar um mercado baixista (“bear market”).

Também houve forte retração entre os papéis de empresas do setor de defesa, que haviam valorizado anteriormente com a perspectiva de aumento nos gastos militares. A fabricante de tanques Rheinmetall caiu 10%, enquanto as ações da Hensoldt, Rheinmetall e Renk variaram entre perdas de 8% a 12%.

Diante da escalada da tensão comercial, a União Europeia avalia a implementação de um pacote inicial de retaliações, com potencial de afetar até US$ 28 bilhões em importações provenientes dos Estados Unidos. O bloco já enfrenta tarifas de 25% sobre aço, alumínio e automóveis, além de tarifas de 20% aplicadas de forma recíproca a diversos outros produtos.

O índice europeu de referência acumula queda de cerca de 17% em relação à máxima histórica registrada em março, antes que as preocupações com os impactos econômicos das políticas comerciais dos EUA começassem a pesar sobre os mercados globais.

Nos principais centros financeiros europeus, os índices também operavam em forte baixa:

  • LONDRES: FTSE 100 recuava 3,92%, aos 7.739 pontos;
  • FRANKFURT: DAX registrava queda de 4,28%, aos 19.757 pontos;
  • PARIS: CAC-A1540 cedia 4,47%, aos 6.949 pontos;
  • MILÃO: FTSE/MIB desvalorizava-se 5,03%, aos 32.905 pontos;
  • MADRI: Ibex-35 caía 4,46%, aos 1.868 pontos;
  • LISBOA: PSI20 recuava 4,79%, aos 6.318 pontos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio