Tecnologia e tradição sustentam liderança do café brasileiro no mercado internacional

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A combinação entre tradição centenária e inovação tecnológica tem impulsionado a presença do café brasileiro no cenário global. Em meio à valorização internacional do grão — resultado do aumento da demanda e da redução da oferta —, o Brasil mantém-se como o principal produtor e exportador da bebida, reforçando seu papel estratégico no agronegócio. Reconhecido mundialmente por sua qualidade, o café nacional é fruto de um sistema produtivo que alia conhecimento acumulado ao uso de tecnologias de ponta para garantir eficiência e padronização.

Nos últimos meses, o aumento nos preços do café passou a fazer parte das conversas cotidianas no país. Enquanto no mercado externo a valorização decorre de fatores conjunturais, internamente ela tem impulsionado ainda mais os investimentos em automação por parte do setor cafeeiro, a fim de manter a competitividade e assegurar a qualidade do produto.

Inovação garante qualidade e agrega valor ao grão

Para atender às exigências do mercado e assegurar padrões de excelência, produtores vêm adotando sistemas avançados de seleção automatizada, que utilizam inteligência artificial para identificar e remover grãos com defeitos ou impurezas. Um exemplo é a Selgron, empresa brasileira especializada em soluções para automação industrial, que desenvolveu selecionadoras ópticas equipadas com sensores de alta resolução. Esses equipamentos realizam análises minuciosas por cor e formato, e podem ser combinados com detectores de metais para reforçar o controle de qualidade.

“Contamos com selecionadoras ópticas verticais, que utilizam sensores de última geração e inteligência artificial para identificar até mesmo os defeitos mais sutis. Com até oito bandejas, elas podem processar de 45 a 60 sacas por hora, por bandeja”, explica Rubens Schneider, gerente comercial da Selgron. “Para o café em casca, que apresenta variações maiores de forma e umidade, utilizamos selecionadoras horizontais, ideais para esse tipo de produto. Essa tecnologia agrega valor ao café e proporciona melhor custo-benefício ao produtor”, completa.

Automação também contribui para eficiência logística

A tecnologia não se limita à seleção dos grãos. Etapas como empacotamento, agrupamento, encaixotamento e paletização também têm se beneficiado da automação, otimizando o armazenamento e o transporte. De acordo com Schneider, os sistemas automatizados permitem uma análise rápida e precisa dos atributos do grão, o que garante uma padronização superior dos lotes e a produção de blends mais consistentes e harmônicos.

“A automação assegura que apenas os grãos de melhor qualidade avancem para a torrefação, mantendo o padrão de excelência que tornou o café brasileiro referência mundial”, ressalta o executivo.

Produção e exportação seguem em alta

Mesmo diante de desafios climáticos, o Brasil mantém sua posição como líder global na produção e exportação de café. Em 2024, o país produziu 54,2 milhões de sacas de 60 kg, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) — um leve recuo de 1,6% em relação ao ano anterior. Em contrapartida, as exportações registraram crescimento de 28,8%, totalizando 50,5 milhões de sacas e gerando uma receita recorde de US$ 12,3 bilhões, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O estado de Minas Gerais segue como o principal polo de produção do país.

O consumo interno também permanece aquecido. Entre novembro de 2023 e outubro de 2024, os brasileiros consumiram 21,9 milhões de sacas, um crescimento de 1,11% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar da alta nos preços, o Brasil continua sendo o segundo maior consumidor mundial de café, atrás apenas dos Estados Unidos.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio