A busca pela doçura ideal é um fator crucial para o sucesso na viticultura, especialmente para os produtores do Vale do São Francisco, uma das principais regiões produtoras de uvas do Brasil, que abrange os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Um exemplo de sucesso é Ednaldo Dias, viticultor de Casa Nova, na Bahia, que há um ano investiu em tecnologias de bioestimulação para melhorar o desenvolvimento e a maturação de suas plantas, com o objetivo de elevar o grau de brix (medida que indica a quantidade de sólidos solúveis, como açúcar, na fruta).
Com essa inovação, ele não apenas alcançou resultados positivos no índice de doçura, mas também aprimorou a coloração, o padrão e a qualidade dos cachos. A Fazenda Papagaio, de Ednaldo, ocupa 37,8 hectares, sendo 10,6 dedicados ao cultivo de uvas da variedade Crimson e 5,5 à manga, com outras áreas em desenvolvimento. A cada ano, ele colhe duas safras de uva, alcançando uma produtividade média de 25 a 28 toneladas por hectare. Para melhorar o padrão de coloração e a qualidade do produto, Ednaldo adotou o Ripening Brix, uma tecnologia da multinacional DVA, comercializada pela Agroallianz.
“O produto me surpreendeu positivamente. Ele pode ser aplicado em qualquer hora do dia, tem boa aceitação pelas plantas e melhorou bastante nosso grau de brix. Além disso, ajudou com a coloração da variedade Crimson, que é bastante difícil de obter a tonalidade ideal”, comenta Ednaldo, que é um dos poucos viticultores que ainda cultivam essa variedade de uva.
Mercado Internacional e Exigências de Qualidade
O mercado internacional, especialmente os Estados Unidos e o Reino Unido, é altamente desejado pelos produtores de uvas, devido aos melhores preços que oferecem. Em janeiro deste ano, o Brasil exportou 2,06 mil toneladas de uvas, representando um crescimento de 18% em comparação ao mesmo mês de 2024. Esse volume foi o maior registrado nos últimos seis anos, superando apenas o de 2019. No entanto, esses mercados exigem produtos de alta qualidade, com especificações rigorosas de tamanho, cor, sabor e tempo de prateleira (shelf-life).
Para atender a essas exigências, a Agroallianz desenvolveu a tecnologia Ripening Brix, uma fórmula composta por componentes que estimulam o metabolismo vegetal, como extratos de algas, aminoácidos enriquecidos com potássio, molibdênio e manganês. Quando aplicada no final do ciclo de maturação da uva, a tecnologia auxilia no processo de maturação fisiológica, promovendo a produção de substâncias como as antocianinas, responsáveis pela pigmentação da fruta.
Renato Menezes, gerente de Marketing Técnico e Desenvolvimento da Agroallianz, explica que a utilização desses componentes estimula a mudança de cor e o aumento do grau de brix, alcançando a tonalidade roxa intensa, exigida pelo mercado internacional. “Essa tecnologia é crucial para garantir que as uvas atendam aos padrões de qualidade exigidos, o que permite aos produtores expandir sua presença no mercado global”, destaca Menezes.
Dessa forma, ao adotar essas inovações tecnológicas, os viticultores do Vale do São Francisco não apenas melhoram a qualidade das uvas, mas também fortalecem sua competitividade no exigente mercado internacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
